Dia após dia, a ciência mostra que parece estar cada vez mais perto de encontrar um imunizante capaz de combater o novo coronavírus. E uma dessas candidatas à vacina, é a que está sendo desenvolvida pela farmacêutica norte-americana Moderna, que anunciou nesta segunda-feira (30) que vai pedir autorização para uso emergencial do medicamento nos Estados Unidos e na Europa. A integrante da Rede de Análise Covid-19 e colaboradora do Instituto Questão de Ciência (ICQ), Mellanie Fontes Dutra, explica que o medicamento representa uma marco para a ciência e a saúde.
“O diferencial dessa vacina é que ela concluiu as principais etapas de análise quanto a proteção. Ela já nos deu, inclusive, valores dessa eficácia, dessa proteção. Ela é uma vacina de RNA mensageiro. É uma tecnologia que a gente já conhece, no entanto a gente ainda não tem nenhuma vacina aprovada para essa tecnologia. Então é um marco gigante dentro do avanço da ciência, da saúde”, disse.
Oxford e AstraZeneca
Uma sucessão de erros têm posto em dúvida a credibilidade da vacina que está sendo elaborada pela Universidade de Oxford e a farmacêutica AstraZeneca. A especialista acredita que a falta de transparência é um dos fatores que tem contribuído para este cenário não só de desconfiança, mas de incertezas.
“O que aconteceu, na verdade, foi um misto de coisas. A primeira delas, que eu poderia mencionar, é essa falta de transparência. Quando foi noticiado para a imprensa a eficácia dessa vacina, algumas informações importantes não tinham sido passadas (...) o que gerou uma dúvida por parte da comunidade científica de como interpretar a extensão desses dados”, destacou.
“Não quer dizer que colocou por tudo abaixo (...) A gente vai precisar esperar um pouco mais, provavelmente, para ver como vai ser a extensão dessa proteção dessa vacina. Que já está se mostrando interessante”, complementou.
Cenário positivo
Mellanie Fontes Dutra avalia o cenário da busca pela vacina contra o novo coronavírus como positivo. E ressalta que as pessoas devem voltar as atenções para os medicamentos que estão sendo testadas no país.
“A gente tem várias vacinas que estão com um andamento bem legal, aqui no Brasil principalmente (...) Eu diria que o cenário é bem positivo. Que provavelmente agora em dezembro, início de janeiro, a gente talvez tenha notícias do status da CononaVac, alguma coisa da Jonhson & Jonhson. A gente tem que estar atento para essas vacinas que estão sendo testadas aqui no país. Que é onde pode obter algum acordo comercial interessante”, afirmou.