SEGURANÇA

Presídio de Santa Cruz do Capibaribe instala scanner corporal na entrada; agentes usarão equipamento

O uso do scanner corporal no presídio tem o objetivo de coibir a entrada de materiais ilícitos na unidade

Ísis Lima
Ísis Lima
Publicado em 08/12/2020 às 14:19
Divulgação/ SERES
FOTO: Divulgação/ SERES

Familiares e advogados passarão a ser revistados por um aparelho de scanneamento corporal antes de visitar reeducandos que cumprem pena no Presídio Advogado José David Gil Rodrigues, em Santa Cruz do Capibaribe, no Agreste de Pernambuco. O equipamento, semelhante aos utilizados nos aeroportos, foi instalado na entrada da unidade prisional para coibir a entrada de materiais ilegais, como drogas e celulares. De acordo com o secretário de Justiça e Direitos Humanos, Pedro Eurico, os agentes penitenciários também precisarão passar pelo equipamento.

“Essa máquina faz a leitura de corpo inteiro para coibir armas e drogas. Todos que vão ingressar, inclusive os próprios agentes, têm que passar pela máquina (...) Nós já estamos com essas máquinas em quase dez unidades. Ela custa quase R$ 800 mil. Nós não compramos, ela é uma doação do Departamento Penitenciário Nacional, e todos vão ter que passar, porque é uma forma de coibir o tráfico de armas e drogas”, destacou.

Apreensões

O secretário de Justiça e Direitos Humanos contou que somente nesta segunda-feira (7) foram apreendidas três armas, incluindo uma pistola ponto 40, no Presídio Frei Damião de Bozzano, no Complexo Prisional do Curado, na Zona Oeste do Recife.

Segundo Pedro Eurico, as situações inusitadas de tentativa de entrar no presídio com materiais ilícitos são frequentes. “A gente às vezes fica rindo como o pessoal é criativo. Dias atrás, a esposa de um preso levou para [o Presídio de] Itaquitinga um vassourão para ele fazer a varredura da cela onde está. O pessoal desconfiou e abriu. Dentro do vassourão era um depósito de maconha. Outra vez, uma moça entrou com uma sandália. Quando se abriu a sandália, era um depósito de cocaína”, relatou.

Pedro Eurico comenta como os agentes identificam algo errado com o visitante. “Quando as pessoas estão demonstrando muita insegurança ou ansiedade, a gente tem certeza que tem alguma coisa. E agora temos também a máquina”, contou.

Quando o material é apreendido, tanto o preso quanto o visitante são responsabilizados. “Qualquer pessoa que entra na unidade prisional com material ilício, é autuado em flagrante, a pessoa que ia receber a droga ou o ilícito também é trazido, e levados para a delegacia. Eles vão responder a processo criminal (...) Qualquer ilício encontrado dentro das unidades prisionais tem que ser instalado um PAD, processo administrativo disciplinar. Ele [o preso] perde o direito à progressão, vai para isolamento. Então, os presos têm que pensar duas vezes antes de utilizar esse tipo de transporte e uso de material ilício”, relatou o secretário.

Segundo ele, o visitante também perde, provisoriamente, o direito de realizar visitas aos presos.