CNTRC: Greve dos caminhoneiros tem possível data e será 'igual ou maior' que em 2018

Uma das reivindicações é que o presidente Jair Bolsonaro esteja presente nas reuniões para negociar com os caminhoneiros. "Ele prometeu bastante coisas e, até agora, nenhuma foi cumprida"
Karina Costa Albuquerque
Publicado em 15/01/2021 às 8:28
Greve dos caminhoneiros Foto: Acervo/JC Imagem


A Associação Nacional de Transporte do Brasil (ANTB) projeta uma nova greve de caminhoneiros. Em entrevista ao SBT News, o representante da entidade, José Roberto Stringasci - que também é integrante do Conselho Nacional do Transporte Rodoviário de Cargas (CNTRC), grupo composto mais de 40 mil caminhoneiros em São Paulo e com representação em diversos estados do Brasil - afirmou que a categoria se articula para uma nova interrupção nas atividades: "Estamos nos mobilizando em nível Brasil sim, para fazer a paralisação".

CNTRC

O Conselho Nacional do Transporte Rodoviário de Cargas (CNTRC) é composto por 22 entidades. Stringasci diz que o apoia a paralisação nacional: "Acredito que seja igual à paralisação de 2018 ou maior".

A categoria está organizada, consciente e tem muita gente apoiando a causa. Recebi, inclusive, apoio dos funcionários da Petrobrás, do Agro", aponta. A nova paralisação já tem previsão de início, em 1º de fevereiro.

2018

A greve dos caminhoneiros tem um antecedente, nas paralizações de 2018, também conhecida como Crise do Diesel. Foram 10 dias de paralisação, de 21 de maio a 1º de junho, em forma de protesto para exigir uma redução nos preço do óleo diesel - que, na época, tinha subido mais de 50% nos últimos 12 meses.

Em maio, mês da reivindicação, a economia sofreu uma contração de 3,34%, segundo o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), considerado pelo mercado como uma prévia do PIB.

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Motivos

A motivação da greve confirmada para esse ano é composta por 10 itens, entre eles a mudança imediata na política de preço dos combustíveis. Uma das exigências que da categoria é que o presidente Jair Bolsonaro esteja presente nas reuniões para negociar as reivindicações.

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  • Defesa da lei que instituiu a Política Nacional de Pisos Mínimos do Transporte Rodoviário de Cargas
  • Contra artigo que suspende as obrigações e penalidades relacionadas ao cadastramento da Opração de Transporte e a geração do CIOT
  • Contra estímulo do modal de transporte marítimo por cabotagem entre portos nacionais, que afeta setor de transporte autônomo rodoviário de cargas
  • PPI - Política de Preço de Paridade de Importação aplicado pela Petrobras
  • Contra a contratação direta
  • Contra a retirada da aposentadoria especial
  • Contra a paralização injustificada e alterações no Marco Regulatório do Transporte
  • Contra abusos na jornada de trabalho
  • Discussão de Resoluções do Contran: 701/2020 e 499/2014
  • Fiscalização mais atuante da ANTT

Jair Bolsonaro

"De 2018 pra cá, ele prometeu bastante coisas e, até agora, nenhuma foi cumprida, então a categoria, aqueles que foram lá [para a reunião], querem a presença dele. Uma vez que, nas eleições, grande parte dos caminhoneiros apoiou a sua candidatura".

Até o momento, nenhuma autoridade pública se prontificou a ir à mesa de negociações com os representantes dos caminhoneiros. A paralisação coincide com o aumento de casos por covid-19, em todo o Brasil.

Pedidos concedidos

Após ameaça da possível paralisação organizada pelos caminhoneiros, em fevereiro, a 2º proposta pela categoria, e sob forte apelo dos principais apoiadores do presidente Jair Bolsonaro, o governo cedeu ao pedido de que os caminhoneiros fossem aceitos como grupo prioritário, junto com indígenas, idosos e profissionais da linha de frente da saúde, para receber a vacina contra a covid-19.

Além da medida que prioriza os caminhoneiros na fila da vacina, o presidente Jair Bolsonaro ainda suspendeu a cobrança de taxa de importação de 16% para os pneus. Uma decisão do Camex (Comitê Executivo de Gestão da Câmara de Comércio Exterior), ligado ao Ministério da Economia.

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