Durante 10 dias em maio de 2018, o Brasil acompanhou as reivindicações de caminhoneiros de Norte a Sul do país. Na época, eles reclamavam das condições de trabalho e, em uma greve histórica, fizeram o ex-presidente Michel Temer atender uma série de demandas, como redução no valor do combustível. Agora, em 2021, eles querem parar novamente. Mas quem são os homens que rodam pelas estradas do Brasil levando toda uma diversidade de materiais?
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De acordo com pesquisa da Confederação Nacional do Transporte (CNT), 99,5% dos profissionais são homens, com média de 44,8 anos de idade. O levantamento ouviu 1.066 caminhoneiros e foi divulgado em 2019. Segundo os dados, os trabalhadores entrevistados estavam no mercado há quase 20 anos (18,8 anos em média).
Salário e condições de trabalho
Em média, os caminhoneiros ouvidos relataram que ganham R$ 4.600 por mês. Em geral, os caminhões usados por eles têm cerca de 15,2 anos de uso. Entre os 714 autônomos entrevistados, 47% deles adquiriram o veículo usado para trabalhar, através de financiamento. Apenas 42,6% disseram procurar profissionais de saúde para se prevenirem de doenças e 87,7% usam a internet.
Rotina
Um dado preocupante é sobre a quantidade de horas trabalhadas. De acordo com a pesquisa, os caminhoneiros trabalham cerca de 11,5 horas por dia. Na média, os profissionais trabalham entre 5 e 6 dias por semana e chegam a rodar mais de 9 mil quilômetros por mês.
Problemas
Ainda de acordo com o perfil publicado pela CNT, 64,6% dos caminhoneiros relatam ter medo de roubos e assaltos. Pelo menos 7% deles, inclusive, foram assaltados entre 2016 e 2018. Outro dado interessante é que 49,5% disseram que já recusaram um trabalho por conta do risco de roubo ou assalto durante o trajeto.
Para 65,1% dos entrevistados, a profissão é perigosa/insegura. 31,4% relataram que é um ofício desgastante e 28,9% disseram que o convívio familiar fica comprometido.
Reivindicações
Em 2018, 65,3% dos caminhoneiros participaram da greve de maio e 56% não ficaram satisfeitos com a resposta do governo à greve, na época. 64,4% dos caminhoneiros ficaram sabendo da manifestação por meio do WhatsApp.
Entre as reivindicações, o combustível está no topo da lista. 51,3% afirmam que a queda do preço do diesel precisa ser a maior demanda do grupo. Outro ponto de reclamação é a falta de segurança nas estradas, apontada por 38,3% dos entrevistados.
Pontos positivos
Apesar das dificuldades enfrentadas, os caminhoneiros conseguem encontrar pontos positivos na rotina de trabalho. 37,1% relataram como positivo o fato de conhecerem outras cidades e até países. 31,3% gostam de conhecer novas pessoas e 27,5% relatam que têm horário flexível.