PANDEMIA

Covid-19: Vice-diretor da OPAS avalia com cautela movimento de empresários para adquirir vacinas

Segundo Jarbas Barbosa, “o objetivo da vacina, atualmente, é salvar vidas”

Ísis Lima
Ísis Lima
Publicado em 09/02/2021 às 11:45
Felipe Ribeiro/JC IMAGEM
FOTO: Felipe Ribeiro/JC IMAGEM

O vice-diretor da OPAS/OMS, o médico Jarbas Barbosa, vê com preocupação o movimento de empresários para adquirir vacinas contra a covid-19. Segundo ele, devido ao número insuficiente de imunizantes, “o objetivo da vacina, atualmente, é salvar vidas”. De acordo com o especialista, nenhum país do mundo está vendendo as vacinas em clínicas privadas.

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O médico comentou a campanha liderada pela empresária Luiza Trajano, dona da rede de lojas Magazine Luiza, que visa vacinar todos os brasileiros até setembro de 2021, conforme divulgado nas redes sociais dela. “Com exceção desse movimento da dona do Magazine Luiza, que eu vi ontem e me pareceu um movimento para incentivar as pessoas a se vacinarem, se confirmado, eu creio que é muito positivo. Os outros dois [movimentos] eu acredito que a gente tem que olhar bem qual é o objetivo dessa vacina hoje, que é salvar vidas. Nós não temos vacinas suficientes no mundo para já atuar buscando o controle do vírus. Isso vai levar meses, mesmo nos Estados Unidos e em países da Europa”, comentou.

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"Furar fila"

Para Jarbas Barbosa, pagar para adquirir as vacinas, além de tirar o objetivo dela de salvar vidas, seria um gesto comparado a “furar fila” da imunização. “Eu creio que não faz nenhum sentido você ter um funcionário jovem, saudável de uma empresa privada vacinado enquanto um idoso está passando risco de morrer pela doença. Em nenhum país do mundo a vacina está sendo vendida em clínicas privadas (...) Qualquer movimento para ‘furar fila’, digamos assim, eu tenho uma posição contrária, porque tira o grande objetivo da vacina agora: salvar vidas”, finalizou.

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O que é coronavírus?

Coronavírus é uma família de vírus que causam infecções respiratórias. O novo agente do coronavírus foi descoberto em 31/12/19 após casos registrados na China.Os primeiros coronavírus humanos foram isolados pela primeira vez em 1937. No entanto, foi em 1965 que o vírus foi descrito como coronavírus, em decorrência do perfil na microscopia, parecendo uma coroa.

A maioria das pessoas se infecta com os coronavírus comuns ao longo da vida, sendo as crianças pequenas mais propensas a se infectarem com o tipo mais comum do vírus. Os coronavírus mais comuns que infectam humanos são o alpha coronavírus 229E e NL63 e beta coronavírus OC43, HKU1.

Como prevenir o coronavírus?

O Ministério da Saúde orienta cuidados básicos para reduzir o risco geral de contrair ou transmitir infecções respiratórias agudas, incluindo o coronavírus. Mesmo com o início da vacinação contra a covid-19, é importante manter as medidas. Entre elas estão:

- Usar máscara em ambientes compartilhados

- Lavar as mãos frequentemente com água e sabonete por pelo menos 20 segundos, respeitando os 5 momentos de higienização.

- Se não houver água e sabonete, usar um desinfetante para as mãos à base de álcool.

- Evitar tocar nos olhos, nariz e boca com as mãos não lavadas.

- Evitar contato próximo com pessoas doentes.

- Ficar em casa quando estiver doente.

- Cobrir boca e nariz ao tossir ou espirrar com um lenço de papel e jogar no lixo.

- Limpar e desinfetar objetos e superfícies tocados com freqüência.

- Profissionais de saúde devem utilizar medidas de precaução padrão, de contato e de gotículas (máscara cirúrgica, luvas, avental não estéril e óculos de proteção).

- Para a realização de procedimentos que gerem aerossolização de secreções respiratórias como intubação, aspiração de vias aéreas ou indução de escarro, deverá ser utilizado precaução por aerossóis, com uso de máscara N95.