O caso de duas irmãs que adoeceram no Recife após comer peixe colocou luz sobre os riscos de consumir este tipo de alimento sem saber a procedência da produção, armazenamento e comercialização. A Síndrome de Haff é uma doença que causa fortes dores musculares e provoca o escurecimento da cor da urina.
Esta enfermidade é causada, segundo os médicos, pela contaminação com uma toxina que se desenvolve em peixes que não são bem armazenados em temperaturas adequadas. “O que chama atenção? O peixe não foi armazenado de forma adequada nem tratado de forma adequada. Aí ele vai produzir uma toxina. Você come o peixe, não nota que tem essa toxina, o gosto não tem alteração, mas, poucos dias depois, você começa a ter a dor muscular intensa e a urina ficando preta, devendo procurar de imediato uma unidade hospitalar, quando isso acontecer”, analisou o médico infectologista Filipe Prohaska, em entrevista à TV Jornal.
Cuidados
Segundo o especialista, para evitar este tipo de contaminação, é necessário ter cuidado com o local onde se compra o peixe. “Muito cuidado onde você compra o peixe. Muito cuidado em checar como aquele peixe chegou ali e como ele está sendo armazenado no momento da venda. O mais importante é comprar em lugares onde você tenha garantia da segurança”, explicou Filipe Prohaska.
Ao portal G1, o médico detalhou que o ideal é que o peixe seja transportado e armazenado em temperaturas entre -2º e 8ºC. O médico orienta que, caso o produto seja adquirido na feira, é necessário identificar se o peixe está sendo mantido no gelo (para preservar a temperatura ideal).
Peixes
No caso das duas irmãs que adoeceram no Recife, a família informou que elas comeram peixe do tipo Arabaiana, também conhecido como “Olho de Boi”. No entanto, outras espécies já estão relacionadas com casos descritos de Síndrome de Haff. É o caso do tambaqui. Na Bahia, a doença já foi relacionada com o consumo do Badejo (Mycteroperca) e, no Amazonas, com o consumo do Pacu Manteiga (Mylossoma).
Caso no Recife
No Recife, as irmãs que comeram o peixe arabaiana seguem sendo acompanhadas pelos médicos. Uma delas está internada e mãe, em entrevista à TV Jornal, disse que a filha está “muito mal”.