Pandemia do novo coronavírus

Paciente internado com covid-19 escreve bilhete denunciando falta de medicamentos em hospital de Caruaru

Família reclama que paciente de 46 anos teve piora no estado de saúde e pede que paciente seja transferido

Gabriel dos Santos Araujo Dias
Gabriel dos Santos Araujo Dias
Publicado em 31/03/2021 às 11:19
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Internado com covid-19 em um hospital municipal de Caruaru, no Agreste de Pernambuco, um homem de 46 anos escreveu um bilhete para a família denunciando que não recebia medicamentos há dois dias. Segundo a família, o quadro clínico do paciente piorou nos últimos dias.

“Vá na TV Jornal e Rádio Jornal. Estamos sem médico há 02 dias. Se você não for, vai tudo piorar. Não estamos tomando medicamento algum porque não tem médico”, escreveu Adriano José da Silva, que está internado no Hospital Manoel Afonso. Ele está internado na unidade de saúde desde a terça-feira (23). A carta está com data de 28/03/2021, último domingo.

De acordo com a família, a mensagem foi colocada entre roupas sujas. O bilhete foi descoberto pela esposa de Adriano ao chegar em casa. “Estamos muito aflitos. Queremos Justiça. Não dão notícia, não dão remédio. Eu quero uma solução para ele, que o Ministério Público caia dentro, se não ele vai morrer”, suplicou a esposa do homem, Rejane Silva.

Estado de saúde

A irmã de Adriano, Adevânia Sebastiana, afirmou que o quadro de saúde do irmão piorou. “Ele estava com o quadro estável, andando e comendo, falando com a família. Agora, ele está em cima de uma cama, sendo trocado pelos outros”, reclamou. Ela também disse que ligou para o Ministério Público e recebeu a informação de que o nome dele não estaria na fila de espera para um leito de UTI.

De acordo com a apuração da Rádio Jornal Caruaru, o hospital municipal Manoel Afonso tem 66 leitos destinados a pacientes com covid-19. A Secretaria de Saúde da cidade disse que a taxa de ocupação dos leitos de UTI está em 100% e dois pacientes aguardam transferência.

Ainda segundo a pasta, o direcionamento dos pacientes que aguardam transferência é feito pela Central de Regulação de Leitos do Estado. A Secretaria negou haver falta de médicos e medicamentos e não comentou o caso específico de Adriano.