Pesquisa

Covid-19: reinfecção pode acontecer e ser mais grave, mesmo sem variantes

"Temos no mundo mais de mil variantes do coronavírus, e quase 100 delas já circularam no Brasil", informa a Fiocruz. Agora, além das variantes, há a preocupação com as reinfecções

Karina Costa Albuquerque
Karina Costa Albuquerque
Publicado em 06/04/2021 às 11:28
Robson Valverde/SES-SC
FOTO: Robson Valverde/SES-SC

Um estudo pré-publicado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) aponta que casos de reinfecção do novo coronavírus (covid-19) podem ser mais agressivos.

Reinfecção intensa

O segundo contágio provoca uma resposta corporal inflamatória mais intensa, e com sintomas mais fortes. Isso pode acontecer em caso de pessoas que se infectaram pela primeira vez e tiveram sintomas leves ou assintomáticos.

>> Brasil ultrapassa os 13 milhões de casos de covid-19

Sem variantes

A reação mais grave pode ocorrer independente da nova infecção ser ou não por novas cepas, como a P.1, que surgiu na Amazônia, ou as novas variações que circulam pelo Reino Unido.

Pesquisa

O estudo analisou as reinfecções ocorridas no Rio de Janeiro. A análise preocupa, pois aponta a possibilidade de novas infecções, que vão além das novas cepas.

O estudo é uma pré-publicação e precisa ser revisado por pares de pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e Instituto D'Or de Ensino e Pesquisa (Idor).

>> Covid-19: Brasil tem semana com mais mortes desde o início da pandemia

>> Em uma semana, mortes por covid-19 aumentam 14% e infectados 6% no Brasil

>> Covid-19: 'Tem jovem precisando de pulmão artificial para sobreviver em Pernambuco', diz secretário

Fiocruz aponta 92 cepas em circulação

Os dados genômicos da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) apontam que existem 92 cepas do novo coronavírus no Brasil. A informação está na plataforma de dados da Fundação. Os dados fazem parte do processo de sequenciamento próprio e também realizado por outras instituições.

"Temos no mundo mais de mil variantes do coronavírus, e quase 100 delas já circularam no Brasil. Muitas dessas linhagens do início da pandemia tinham poucas diferenças entre si. O que mais preocupa agora é a dispersão da P1, a variante de Manaus, que já se tornou prevalente na maior parte do país", aponta o Professor de Infectologia da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS) e pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Júlio Croda.

O mapeamento da Fiocruz mostra que a variante amazônica, a P.1, é a cepa que está em mais estados no Brasil, sendo encontrada em 21 das 27 federações.

>> Covid-19: confira como escapar do golpe da 'vacina de vento'

>> Covid-19: Com 3.869 mortes, Brasil registra novo recorde de óbitos em 24h

>> Paciente internado com covid-19 escreve bilhete denunciando falta de medicamentos em hospital de Caruaru

>> Covid-19: Pernambuco confirma maior número de mortes desde julho de 2020

>> Por que, mesmo com a vacina, as pessoas podem ser infectadas pela covid-19? Médica explica

>> Vacinas, medidas preventivas e variantes: Especialistas tiram dúvidas sobre a covid-19