O secretário Estadual de Saúde, André Longo, informou, nesta quinta-feira (29), que a decisão da Prefeitura do Recife de imunizar os professores foi tomada pela gestão municipal e que não havia sido pactuada na Comissão Intergestores Bipartite (CIB).
Prefeitos pernambucanos têm se queixado do ritmo de vacinação contra a covid-19 na capital pernambucana. Nesta quinta-feira (28), o prefeito de Petrolina, Miguel Coelho, questionou o suposto tratamento privilegiado a João Campos (PSB) no Recife.
Segundo o prefeito de Petrolina, na última segunda-feira (26), um dia antes do anúncio da vacinação para professores no Recife, teria havido uma reunião com secretários de Saúde dos municípios, Governo do Estado e Ministério Público pactuando que “nenhuma cidade poderia avançar a imunização para outra categoria antes de concluir a aplicação das doses nos profissionais de saúde”. “A Prefeitura de Petrolina – assim como todas as demais, inclusive a do Recife – acatou a recomendação”, afirmou Miguel Coelho.
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Ele classificou a decisão da Prefeitura do Recife como “quebra de acordo”. Além disso, o gestor petrolinense disse que vê “a conivência do governo estadual”, chefiado por Paulo Câmara, também do PSB.
André Longo justifica
Segundo o secretário estadual de Saúde, André Longo, "as vacinas são distribuídas de acordo com os grupos prioritários do Programa Nacional de Imunização (PNI) de forma equânime, de acordo com a população e com campanhas de vacinas anteriores".
Longo garantiu que o processo é auditado, acompanhado pelo Conselho de Secretários Municipais de Saúde, pelo próprio Ministério Público e é pactuado com os municípios na Comissão Intergestores Bipartite (CIP). "Estamos entregando, a partir de amanhã, doses para completar a primeira dose das pessoas com 60 anos ou mais em todos os municípios pernambucanos. A nossa expectativa é que a gente alinhe todos os municípios com mais de 60 anos e vários municípios já vão poder dar o primeiro passo com relação às pessoas com comorbidades", disse.
Sobre a situação do Recife, que já iniciou a imunização dos professores, nesta quarta-feira (28), ele aponta que é de responsabilidade da prefeitura da capital pernambucana. “A decisão de vacinar professores foi tomada pelo Recife. Não foi pactuada em Comissão Intergestores Bipartite. Não há doses distribuídas [pelo Governo Estadual] específicas para professores. Neste momento, as doses estão sendo distribuídas para [imunizar] idosos e pessoas com comorbidade”, disse.
Falta CoronaVac, e não Astrazeneca
André Longo também explicou que os grupos que estão avançando na imunização estão recebendo doses da Astrazeneca e que o Brasil enfrenta escassez de doses da CoronaVac. "O problema hoje que nós temos de estoque é de CoronaVac para aplicação da segunda dose. O Programa Estadual de Imunização tem avançado com aplicação da primeira dose com a Astrazeneca. Não se confundir que se está preterindo a segunda dose em detrimento da primeira. O programa está aguardando a recomposição do estoque [de CoronaVac]", detalhou.
O Governo de Pernambuco espera receber em torno de 24 e 25 mil doses de CoronaVac ainda no próximo final de semana. No entanto, o estado precisa de 110 mil doses para vacinar todas as pessoas com segunda dose do imunizante. "A gente tem expectativa que até o final da semana que vem a gente possa estar recompondo isso e as pessoas vão ser vacinadas, à medida que as doses de CoronaVac cheguem", garantiu.
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