Vacinação contra covid-19

Trombose: gestantes que já receberam primeira dose da AstraZeneca devem ser tranquilizadas, defende epidemiologista

De acordo com a epidemiologista, Ethel Maciel, a trombose causada pela aplicação da vacina é um evento raríssimo

Gabriel dos Santos Araujo Dias
Gabriel dos Santos Araujo Dias
Publicado em 12/05/2021 às 10:09
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Apesar do susto com a informação de que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) tenha orientado que a vacina de Oxford/AstraZeneca pare de ser aplicada em gestantes, a epidemiologista Ethel Maciel defende que grávidas que já receberam o imunizante devem ser tranquilizadas. Segundo a especialista, isso deve ser feito porque tromboses causas pela vacina contra a covid-19 são raríssimas.

“É importante compreendermos que este é um evento muito raro. Temos muito mais doenças com trombose, causada pela covid do que pela vacina. Se a gente se lembrar, [por exemplo], o ator Paulo Gustavo morreu por causa de uma doença tromboembólica. É um problema de coagulação que a própria covid causa”, lembrou Ethel em entrevista ao Passando a Limpo, da Rádio Jornal, na manhã desta quarta-feira (12). O ator Paulo Gustavo, que morreu na semana passada após quase dois meses internado com covid-19 aos 42 anos, ainda não havia recebido a vacina contra a doença.

Ethel Maciel lembrou que existem vários outros fatores que causam trombose com muito mais frequência do que a vacina. “Tabagismo e anticoncepcional causam muito mais”, exemplificou. “Tivemos muitas pessoas que receberam, inclusive grávidas. Em outros países também. Tivemos poucos casos [de trombose que podem estar relacionados com efeitos da vacina]. São, em torno de 40 casos que estão em investigação”, esclareceu a epidemiologista.

Óbito por causa da vacina não está confirmado

Durante a entrevista, Ethel também explicou que, até o momento, o país só registrou um caso suspeito de morte que pode ter sido causada por trombose por efeito da vacina. No entanto, o caso ainda está sob investigação e não se sabe se o que causou a morte foi, de fato, um efeito colateral da vacina.

Ouça entrevista na íntegra: