INVESTIGAÇÃO

A deputados, secretário Antônio de Pádua diz que comandante da operação policial no Recife tinha 'livre arbítrio' para tomar decisões

Presidente da Alepe, Eriberto Medeiros, deu detalhes da reunião dos deputados com o secretário da SDS sobre ação da PM em protesto no Recife

Atualizada às 15h41
Atualizada às 15h41
Publicado em 01/06/2021 às 15:25
Bruno Campos/ JC Imagem
FOTO: Bruno Campos/ JC Imagem

Em reunião com deputados na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), nesta terça-feira (1), o secretário de Defesa Social, Antônio de Pádua, disse que o comandante da operação realizada no sábado (29) para, supostamente, dispersar manifestantes no centro do Recife tinha o poder de decidir o que seria feito na hora. A informação foi repassada pelo presidente da Alepe, Eriberto Medeiros (PP).

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“O secretário, inicialmente, disse que o comandante que está à frente da operação no local, em certo momento, tem o livre arbítrio de tomar iniciativas de comando. Porém, todas as informações estão sendo checadas e apuradas para que se possa ver verdadeiramente se foi uma iniciativa do comandante local ou se veio uma ordem de outro lugar”, detalhou Medeiros. “Ele também fez questão de salientar que este comando não veio do governador, mas que certamente a apuração, de forma isenta, será feita e aqueles que por ventura sejam culpados serão punidos”, completou.

Antônio de Pádua, secretário da SDS
Antônio de Pádua, secretário da SDS
Diego Nigro/JC Imagem

Excesso dos policiais

O presidente da Alepe ainda comentou as cenas de violência policial registradas no último sábado. "Segundo o secretário Antônio de Pádua cinco policiais já foram afastados das suas funções. Enquanto durar as investigações e as apurações dos fatos, ainda pode aumentar o número de policiais afastados. Isso foi dito. O que concluímos aqui é que as imagens que foram produzidas são muito fortes, dando sinais de excesso na ação, mas tudo isso será diagnosticado quando forem apurados, investigados e concluídos os inquéritos”, disse.

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Relembre o caso

No último sábado (29), manifestantes ocuparam as ruas do Recife para protestar contra o governo Bolsonaro. A manifestação ocorria de forma pacífica, mas policiais militares do Batalhão de Choque usaram spray de pimenta e balas de borracha para dispersar a multidão.

O adesivador Daniel Campelo da Silva, 51 anos, e o arrumador Jonas Correia de França, 29, foram atingidos no rosto por balas de borracha disparadas por policiais militares. Ambos tiveram lesões permanentes. Daniel, no olho esquerdo, e Jonas, no olho direito. Os dois seguem internados no Hospital da Restauração, no bairro do Derby, na área central da capital pernambucana.

Tanto Daniel Campelo quanto Jonas Correia não participavam do ato, mas foram atingidos quando passavam pelo Centro do Recife.