O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, anunciou, na última sexta-feira (4), que a entrega do primeiro lote da vacina da Janssen, braço farmacêutico da Johnson & Johnson, foi antecipada. O detalhe é que as doses vencem no dia 27 de junho.
Ainda sem data definida, as 3 milhões de doses da vacina da Janssen devem chegar na próxima semana. Como o imunizante é importado, o Brasil terá de 10 a 14 dias para receber, distribuir e aplicar todas as doses. Por causa da proximidade do vencimento das vacinas, os imunizantes serão destinados apenas às capitais. O governo prevê distribuir os medicamentos em 24 horas para a maior parte dos municípios, mas o prazo pode se estender para 48 horas em algumas cidades. Depois da chegada das vacinas, a previsão do Ministério da Saúde é de que elas sejam utilizadas em até cinco dias.
>> Por que a vacina da Pfizer é a preferida dos brasileiros? Ela tem maior eficácia contra a covid-19?
O governo brasileiro encomendou 38 milhões de doses do imunizante para serem entregues ainda este ano. O primeiro lote, que chegará nesse mês, estava previsto para chegar em setembro.
>> Vacinas são seguras para crianças menores de 12 anos? Crianças podem usar máscara? Médico responde
Sobre a vacina da Janssen
A vacina da Janssen é baseada em vetores de adenovírus sorotipo 26 (Ad26). É indicada para pessoas acima de 18 anos. O imunizante é aplicado em dose única de 0,5ml e demonstrou, nos testes apresentados, 66,9% de eficácia para casos leves e moderados e 76,7% de eficácia para casos graves, após 14 dias da aplicação.
Diferente das vacinas CoronaVac e AstraZeneca/Oxford, o imunizante da Janssen não tem previsão de parceria para ser produzido no Brasil. Cada dose do imunizante vai custar US$ 10 ao governo federal.
Prazo de validade e segurança
O prazo de validade da vacina da Janssen é de três meses quando armazenado na temperatura entre 2°C e 8°C. Após aberto, o frasco pode ser utilizado em até seis horas.
Como o prazo de validade desse lote que chegaram ao país até o dia 27 de junho, o Brasil precisará correr para não desperdiçar as doses.
O presidente do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), Carlos Lula, disse que o Ministério da Saúde consultou o órgão e o Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems) sobre o prazo de validade apertado. Carlos Lula orientou a pasta, conforme revelou ao Portal G1, que “no ritmo em que estamos vacinando, conseguiremos aplicar todas as doses, mas vai ser preciso um maior esforço”.
Segundo integrantes do Ministério da Saúde, já há um contato com o Ministério da Defesa para formar uma estratégia para colocar a campanha de vacinação em massa em prática. A ação pode, inclusive, contar com o Exército, caso o prazo fique muito curto.