
O adolescente de 17 anos, apreendido após atear fogo contra uma mulher trans no Cais de Santa Rita, na área central do Recife, cumpre internação provisória na instituição e o período pode durar até 45 dias, segundo comunicou em nota a Fundação de Atendimento Socioeducativo (Funase).
Se for sentenciado ao cumprimento de uma medida socioeducativa em meio fechado, o adolescente permanecerá em atendimento pela Funase após o término da internação provisória.
Veja a nota:
"A Fundação de Atendimento Socioeducativo (Funase) informa que o adolescente de 17 anos apreendido por ato infracional análogo à tentativa de homicídio qualificado contra uma mulher trans no Centro do Recife cumpre internação provisória na instituição. Nesse período, que pode durar até 45 dias, ele estará à disposição da Justiça. Se for sentenciado ao cumprimento de uma medida socioeducativa em meio fechado, o adolescente permanecerá em atendimento pela Funase após o término da internação provisória".
Relembre o caso
Na madrugada da última quinta-feira (24), nos arredores do Cais de Santa Rita, na área central do Recife, onde Roberta Silva, uma mulher trans de 32 anos e que mora na rua, foi queimada viva. Segundo relatou a vítima à co-deputada estadual Robeyoncé Lima (Juntas/Psol), o agressor se aproximou, jogou um produto inflamável e ateou fogo.
A vítima foi socorrida pelo Serviço Móvel de Urgências (SAMU) e levada para o Hospital da Restauração. Na unidade de saúde, Roberta ainda passou por um constrangimento. Ela foi inicialmente internada na ala masculina, sem ter respeitado seu gênero.
Em nota, a Secretaria de Saúde de Pernambuco informou que a vítima foi transferida para a ala feminina em menos de 24 horas.
Vítima teve braço amputado
Roberta continua internada em estado grave. Ela teve o braço esquerdo amputado no final de semana. De acordo com a assessoria de imprensa do HR, Roberta voltou para a enfermaria do setor de tratamento de queimados do Hospital da Restauração, após a cirurgia de amputação.
Na manhã desta segunda-feira (28), ela está consciente e não está intubada. A assessoria do HR informou, no entanto, que ainda há a possibilidade da vítima ser transferida para a Unidade de Tratamento Intensivo (UTI), a depender da evolução do quadro.
A vítima é acompanhada pelo médico Marcos Barreto, referência no tratamento de vítimas de queimaduras e chefe do setor na unidade hospitalar.
Roberta teve 40% do corpo queimado. Partes do tórax, abdômen, braços, mãos, pescoço e cabeça foram atingidos pelo fogo. De acordo com Robeyoncé Lima, Roberta confirmou que a violência foi praticada por discriminação.