Uma pesquisa realizada pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO) e Sociedade Brasileira de Patologia (SBP), divulgadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS), estimam que ao menos 50 mil e até 90 mil brasileiros não receberam o diagnóstico de câncer nos primeiros meses da pandemia causada pelo novo coronavírus (covid-19). Restringindo o campo ao Recife, os dados seguem congruentes. No Centro de OncoHematologia Pediátrica (CEONHPE) do Hospital Universitário Oswaldo Cruz, no bairro de Santo Amaro, 46 crianças foram diagnosticadas com câncer, 29% a menos do que no ano de 2019, onde foram identificados 65 casos.
A oncologista pediátrica do CEONHPE Vera Morais, também presidente do Grupo de Ajuda à Criança Carente com Câncer - Pernambuco (GAC-PE), organização social responsável por humanizar o tratamento dos pequenos que enfrentam o câncer, explica que a queda tem relação com o isolamento social. “A suspeição dos casos de câncer diminuiu. Nós, oncologistas pediatras, deixamos de receber os casos, porque a família passou a não procurar os postos de saúde, com medo de contrair o coronavírus”, afirma.
Os principais tipos de câncer que acometem crianças e adolescentes são leucemia, os linfomas e do sistema nervoso central, neuroblastoma, retinoblastoma e osteossarcoma. Dra. Vera conta que, muitas vezes, os primeiros sintomas são confundidos com os de doenças comuns na infância, como viroses e resfriados. “É importante prestar atenção nos sinais que permanecem, como hematomas sem explicação, nódulos, caroços, cansaço extremo, palidez, perda de peso excessiva, mudança na visão e nos olhos e febre sem associação com inflamações”, pontua. “Quanto mais cedo descobrir, melhor. O diagnóstico precoce é essencial para elevar as taxas de cura”, complementa.
Para facilitar na identificação precoce do câncer, o GAC-PE, em parceria com a Secretaria Estadual de Saúde (SES) realiza o programa Fique Atento Pode Ser Câncer. Em formato digital, profissionais e estudantes de saúde de todo estado participam de palestras de capacitação para identificar possíveis sinais e sintomas da doença.
“Identificar a doença rapidamente é o primeiro grande passo do sucesso do tratamento e pode assegurar que o resultado do tratamento seja atingido de forma eficaz”, finaliza a médica Vera Morais.
As doações podem ser feitas diretamente na instituição que fica dentro do Hospital Universitário Oswaldo Cruz (no 7º andar do CEONHPE).
Além das doações em espécie, o GAC-PE aceita todo tipo de doação em produtos, seja novos ou usados, desde que esteja em bom uso, pois todos os dias um bazar é realizado e a verba arrecadada é revertida para o tratamento das crianças, adolescentes e jovens assistidos pela instituição.
Em caso de dúvidas, entre contato pelo telefone (81) 99540-8186, pelo email: impostoderenda@gac.org.br ou acesse a cartilha do GAC.
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