Halloween

Halloween significado bíblico: o que a Bíblia diz sobre Halloween?

Halloween é comemorado em 31 de outubro, mas sofre resistência de alguns líderes religiosos

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Gabriel dos Santos Araujo Dias

Publicado em 29/10/2021 às 10:25 | Atualizado em 31/10/2023 às 13:46
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Celebrado por adultos e crianças há décadas no exterior, o Halloween vem ganhando cada vez mais popularidade no Brasil.

Apesar disso, alguns líderes religiosos ainda criticam a festividade, dizendo que se trata de um evento pagão e que pode estar relacionado com ideais satânicos.

Nesta página, reunimos as opiniões de alguns padres sobre o assunto. Confira a seguir:

Halloween significado bíblico

A comemoração originou-se de uma festa pagã na Irlanda. A palavra "Halloween" é uma abreviação para "All Hallow's Eve" (Véspera de Todos os Santos), que é comemorado em 1º de novembro.

O padre Vincent Lampert, exorcista e pároco na Arquidiocese de Indianapolis, nos Estados Unidos, afirmou em diálogo com a Catholic News Agency que os sacerdotes devem recordar as origens cristãs do Halloween e fazer uma celebração consistente na Véspera de Todos os Santos “em vez de glorificar o mal”.

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“Em última instância, não acredito que há nada de ruim que as crianças se fantasiem, vistam-se de vaqueiro ou de Cinderela, pedindo doces nos seus bairros. É uma diversão saudável”, afirmou o padre.

O sacerdote opinou que o perigo está nas fantasias que glorificam o mal e propagam medo, ou quando as pessoas fingem “ter poderes especiais” através da magia e bruxaria, mesmo por um simples entretenimento.

“No capítulo 18 do livro de Deuteronômio, mencionam sobre não tentar consultar os espíritos dos mortos, nem os espíritos que praticam magia, bruxaria ou atividades relacionadas a elas. Isso seria uma violação de um mandamento da Igreja, ao colocar outras coisas antes da relação com Deus”.

“E esse seria o perigo do Halloween, que de alguma maneira Deus se perde em tudo isso, que a conotação religiosa se perca e, finalmente, as pessoas glorifiquem o mal”, acrescentou.

Também disse que é importante recordar que o diabo e os espíritos malignos não têm nenhuma autoridade adicional no Halloween, embora pareça.

“O diabo age através do que as pessoas fazem, não porque ele em si mesmo faça algo. Talvez, pela maneira de celebrar esse dia, isso na verdade é o que convida o mal a entrar em nossas vidas”, disse.

Finalmente, o pároco explicou que uma das melhores coisas que os sacerdotes podem fazer é usar o Halloween como um momento de aprendizagem e explicar às crianças “por que certas práticas não são favoráveis à nossa fé e identidade católica”.

Por outro lado, Anne Auger, uma mãe católica de três filhos, natural do estado de Wisconsin (Estados Unidos), disse à CNA que embora deixasse os seus filhos vestir fantasias e pedir doces, ela sempre verifica as casas por onde eles passarão, deste modo, evita que passem pelas casas que estão enfeitadas “com coisas assustadoras”.

Também afirmou que os pais devem ensinar aos seus filhos o significado do Halloween, sempre em relação ao Dia de Todos os Santos.

“Nós falamos com eles que estamos tendo uma festa porque celebramos os santos que estão no céu, e por isso pedimos doces”, acrescentou.

Kate Lesnefsky, outra mãe católica, com filhos de 3 a 16 anos, também permite que eles escolham as suas fantasias para pedir doces, desde que não sejam assustadoras ou tenham uma aparência demoníaca.

No dia seguinte, leva os seus filhos à Missa de Todos os Santos e a família aproveita esta oportunidade para falar sobre o que significa a morte e a santidade.

“Eu tenho uma irmã que morreu aos 19 anos. Então, falamos de diferentes pessoas que sabemos que estão no céu, dos meus avós ou dos diferentes santos”, disse Lesnefsky.

Halloween é uma brincadeira inofensiva?

“É a grande festa do mundo do oculto, o ano novo dos satanistas, conhecido como a festa deste deus das trevas”, declarou ao canal de televisão italiano TV 2000 o padre Aldo Buonaiuto, sacerdote exorcista e autor do livro “Halloween: O truque do diabo”.

O presbítero expressou diante das câmaras que é importante compreender a instituição da festa de Todos os Santos no dia 1º de novembro, já que foi o Papa Gregório IV, por volta do ano 834, que a transferiu do dia 13 de maio para esta data, justamente a fim de deter a tradição que chegava da Irlanda e que adora o mundo das trevas e dos mortos.

Deste modo, destacou que atualmente tudo está relativizado, unido à violência, ao horror, ao sangue e em forma de brincadeira.

“Nas escolas, eu escuto diferentes pais que nos falam de crianças que estão horrorizadas, têm pesadelos à noite e outras crianças que não entendem mais a diferença entre a vida e a morte”, lamentou.

Em declarações ao site italiano In Terris, o padre Buonaiuto disse que seu livro procura “informar, educar e prevenir os perigos, um subsídio para os pais e educadores, para os catequistas e para os sacerdotes, assim como para as crianças, de maneira que exista consciência a respeito dos significados dos símbolos ocultos e satânicos deste carnaval do horror, que não deve ser trivializado”.

Sobre a tradição do “doce ou travessura” que as crianças dizem ao pedir guloseimas de porta em porta no Halloween, o pároco advertiu que “esconde algo muito mais sério e preocupante do que podemos ver. No antigo culto pagão dos druidas, ‘trick or treat’, significava a ‘maldição ou sacrifício’: a obrigação de oferecer presentes aos sacerdotes do deus da morte, a fim de evitar vinganças do além”.

“Através desta conhecida moda festiva, difundem o prazer pelo horror como algo normal, a sedução de algo macabro, sentir mais atração pela morte do que pela vida. Está profanando o significado da morte. Como escrevi no livro, o truque do diabo é um doce mortal para a alma”.

Por outro lado, o sacerdote também criticou o aspecto comercial deste evento, muito seguido pelos jovens. “Na Europa, o lucro econômico com a ‘noite de bruxas’ supera os 400 milhões de euros”, ressaltou.

O sacerdote exorcista Aldo Buonaiuto é antropólogo, demonólogo e coordenador do Serviço Anti-Seitas da Comunidade Papa João XXIII. Estudou filosofia e teologia no Pontifício Ateneu “São Anselmo” (Roma) e antropologia teológica no Pontifício Ateneu Teresianum (Roma).

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