VIOLÊNCIA CONTRA MULHER

Caso Pedro Eurico: 'eu chorava durante o ato', diz ex-mulher sobre estupros que teriam sido cometidos pelo ex-secretário

Pedro Eurico nega as acusações; ele deixou o cargo de secretário de Justiça e Direitos Humanos

Ísis Lima
Ísis Lima
Publicado em 13/12/2021 às 17:01 | Atualizado em 13/12/2021 às 17:15
Notícia
Foto: Leo Motta/JC Imagem
Pedro Eurico deixou o cargo no Governo de Pernambuco após as denúncias - FOTO: Foto: Leo Motta/JC Imagem

Desde que as denúncias de violência doméstica praticada pelo ex-secretário de Justiça e Direitos Humanos de Pernambuco, Pedro Eurico, vieram à tona, novos detalhes do caso começam a surgir. Em entrevista à TV Globo, que foi ao ar no Fantástico, neste domingo (12), a economista Maria Eduarda Marques falou sobre os estupros que teriam sido praticados pelo ex-marido. 

A economista e Pedro Eurico foram casados por 25 anos. Ela conheceu o ex-secretário quando tinha 29 anos e ele 45. Ela resolveu denunciá-lo devido ao medo de ser assassinada, conforme relatou. 

Estupro

As agressões foram muitas, mas segundo a vítima, a violência sexual foi a que a deixou mais chocada. "O que mais me chocou? O estupro, a violência sexual, ele me forçar a ter relações na hora que ele quisesse. Várias vezes. Ele me puxava violentamente, tirava minha roupa violentamente. Eu fazia: 'Mas eu não quero agora, eu não quero', e ele dizia que dava mais vontade dele ter naquela hora. Eu chorava na hora, durante o ato, eu chorava. Para mim, foi o que mais mais amedrontou, mais me violentou", contou a economista durante entrevista à TV Globo. 

Maria Eduarda denuncia que Pedro Eurico a agrediu fisicamente várias vezes, além das agressões verbais. A economista ainda relatou que o ex-secretário cuspia nela, inclusive na frente de outras pessoas. 

Histórico de agressões 

Em entrevista à TV Jornal, na semana passada, ela lembrou que o primeiro boletim de ocorrência foi registrado ainda na fase em que os dois namoravam, em 2000, na Delegacia da Mulher, na área central do Recife.

Exames de corpo de delito, no Instituto de Medicina Legal (IML), confirmaram as agressões físicas. Mas, anos depois, as práticas agressivas continuaram.

"Ele passou a me seguir, a mandar recados, ameaças. Fui levar minha mãe ao mercado, quando parei em frente à igreja, dois motoqueiros desceram, começaram a bater violentamente no meu carro, disseram que aquilo era um recado dele. Ele ameaçava, sempre dizendo que as coisas iam acontecer comigo e ninguém ia desconfiar. Sempre dizendo que ia parecer um acidente", revelou.

Em 2003, com promessas de mudanças, os dois se casaram. Mas não durou muito. Em 2006 já houve a separação. "Pedi pra me separar, consegui sair de casa. Como as ameaças continuaram, fui morar em São Paulo. E fiquei separada morando em São Paulo dois ou três anos. Ele foi novamente insistir, pedir perdão, disse que nada ia mais acontecer. Voltei para o Recife e reatamos em 2008", contou Maria Eduarda Marques.

Ela disse que chegou a sair do País, mas, em 2012, precisou voltar, e casou novamente. "Era uma coisa tão terrível. Ameaças tão fortes, não sabia mais o que fazer", complementou.

O que diz o ex-secretário? 

Pedro Eurico nega as acusações. Após a divulgação do caso, ele pediu exoneração do cargo de secretário estadual, que ocupava há seis anos. Ele também deixou a presidência do Conselho Nacional de Secretários de Estado de Justiça, Direitos Humanos e Administração Penitenciária.

A defesa de Maria Eduarda afirmou que o que ex-secretário foi indiciado por cinco crimes: estupro consumado, lesão corporal, perseguição, violência psicológica e descumprimento de medida protetiva.

Comentários