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Qual o risco de ter H3N2 e covid-19 ao mesmo tempo?

Surto de gripe H3N2 em meio à pandemia da covid-19 tem gerado preocupação e aumentado a procura por serviços de saúde

Ísis Lima
Ísis Lima
Publicado em 28/12/2021 às 16:30 | Atualizado em 28/12/2021 às 16:39
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Acetilcisteína é bastante utilizada no tratamento de tosses por tornar a secreção pulmonar mais fluída e fácil de ser eliminada - FOTO: Pixabay

Em entrevista ao Rádio Livre, nesta terça-feira (28), o infectologista Filipe Prohaska tirou dúvidas sobre a nova variante H3N2 Darwin do Influenza A que tem causado um surto de gripe no país. O médico também falou sobre o risco de desenvolver covid-19 e H3N2 ao mesmo tempo.

Sintomas da H3N2 e da Covid-19

De acordo com o médico Filipe Prohaska, os sintomas da Influenza e da covid-19 têm tempos diferentes de manifestação. "A covid começa a piorar os sintomas a partir do sexto dia, em alguns pacientes. Na Influenza, começa a piorar do segundo para o terceiro dia. Quem já teve Influenza sabe: parece que um trator passou por cima, nariz fungando, uma febre alta com dor no corpo. É uma dengue com nariz escorrendo e muita tosse envolvida”, comparou o médico. 

Além disso, ele explica que o paciente com covid-19 pode apresentar outras alterações como perda de paladar e olfato, "que na gripe não são tão comuns”. 

Qual o perigo da H3N2?

Segundo o médico, existe a preocupação de a H3N2 ser agressiva como a H1N1 foi quando surgiu durante a pandemia de 2009. “O medo que a gente tem de a H3N2 se tornar uma H1N1 é grande. Ainda é muito cedo para dizer que os sintomas têm a mesma intensidade, mas liga um alerta. Nós temos péssimas lembranças da H1N1, principalmente os grupos de risco. Gestantes e idosos sofreram muito com a H1N1. É um filme que a gente não gostaria de repetir”, afirmou. 

Ele ainda acrescentou que a tendência é que o número de casos aumente por conta das aglomerações causadas pelas festas de fim de ano. 

Qual o risco de ter H3N2 e covid-19 ao mesmo tempo?

Filipe Prohaska também acrescenta que se acometido pelas duas doenças, o risco de agravamento é grande. “Como são doenças inflamatórias de focos diferentes, elas juntas podem ter um efeito extremamente deletério [prejudicial à saúde], de risco muito elevado”, disse. 

Ele faz um alerta especial para as crianças, que não são grupo de risco da covid-19, mas fazem parte do grupo de risco da Influenza. “Com o avanço vacinal, os casos de covid vêm reduzindo. Porém, vale lembrar que as crianças não estão vacinadas para covid e que a Influenza, historicamente, gosta muito de atacar as crianças. Nós podemos ter situações dessas de duas infecções em conjunto, principalmente nas crianças”, apontou. 

Ouça a entrevista completa:

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