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Vídeo: Em editorial, Jornal Nacional diz que Bolsonaro afronta a verdade e desrespeita técnicos da Anvisa e o luto de milhares de brasileiros

O editorial foi lido pelos âncoras do Jornal Nacional, William Bonner e Renata Vasconcelos

Adige Silva
Adige Silva
Publicado em 06/01/2022 às 21:42 | Atualizado em 07/01/2022 às 0:03
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REPRODUCAO/TVGLOBO
Editorial do JN criticou o presidente Jair Bolsonaro - FOTO: REPRODUCAO/TVGLOBO

Em editorial exibido nesta quinta-feira (6), o Jornal Nacional criticou o presidente Jair Bolsonaro (PL). Lido pelos âncoras do jornal, William Bonner e Renata Vasconcelos, o texto questionou a demora em autorizar a vacinação contra covid-19 em crianças e pediu que o presidente fosse responsabilizado pelos seus atos e falas.

O editorial foi lido após a exibição de uma reportagem que falava sobre a eficácia e segurança da vacina em crianças. Após isso, foi informado pelos apresentadores que o Palácio do Planalto não quis responder aos questionamentos do JN.

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"As declarações do presidente Jair Bolsonaro sobre as mortes de crianças por Covid afrontam a verdade e desrespeitam o luto de milhares de brasileiros, parentes e amigos das mais de 300 vítimas de cinco a 11 anos.", iniciou Willian Bonner. Que continuou: "O presidente também desrespeita todos os técnicos da Agência Nacional de Vigilância Sanitária ao questionar qual seria o interesse da Anvisa com a autorização da vacinação de crianças. O interesse da Anvisa está expresso na lei qual criou: coordenar o Sistema Nacional de Vigilância Sanitária em defesa da saúde da população".

"O quarto artigo da lei determina que a Agência atue como uma entidade administrativa independente, e que as prerrogativas necessárias ao exercício adequado de suas atribuições sejam asseguradas. Não é isso que o presidente tem feito ao ameaçar divulgar nomes de integrantes da Anvisa que aprovaram a vacinação infantil e, agora, ao questionar a lisura do órgão", concluiu o âncora.

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Então, Renata prosseguiu: "Por fim, as declarações do presidente Jair Bolsonaro contrastam com aquilo que prevê o artigo 196 da Constituição que ele jurou respeitar. A saúde é direito de todos os cidadãos e dever do Estado. O governo Bolsonaro retardou a decisão sobre as vacinas para crianças desde o dia 16 de dezembro até ontem, data limite imposta pelo Supremo Tribunal Federal. Convocou uma consulta pública estapafúrdia, porque remédios não podem ser aprovados pelo público leigo, mas por cientistas".

"E, em razão dessa demora, as famílias brasileiras têm ainda que aguardar ao menos mais sete dias até a chegada das primeiras doses pediátricas. E como se não bastasse, hoje ele insistiu em atacar as vacinas", encerrou Renata.

O texto termina com Bonner pedindo que o presidente seja responsabilizado: O presidente Jair Bolsonaro é responsável pelo que diz, pelo que faz. Espera-se que venha também a ser responsável por todas as consequências daquilo que faz e diz". Veja o vídeo:

 

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