
No dia da morte do pai, nesta terça-feira (25), a filha primogênita do escritor e guru bolsonarista Olavo de Carvalho, Heloísa de Carvalho, pediu que Deus perdoasse o pai por todas as “maldades” cometidas. Ela era chamada de "anjinho" pelo pai, com quem mantinha uma boa relação até 2017, quando pararam de se falar e ela passou a se dedicar a desmascarar as mentiras de seu pai, que contribuíram para as desinformações propagadas pelos seguidores do pai.
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Heloisa chegou a escrever um livro sobre Olavo de Carvalho em parceria com o filósofo e escritor Henry Bugalho, que foi batizado de "Meu Pai, o Guru do Presidente" (Kotter Editorial), lançado em 2019. Até mesmo após a morte do pai, ela fez questão de reforçar a postura negacionista do guru em relação à pandemia de covid-19.
Eleitora do PT desde 1988, quando ajudou a eleger Luiza Erundina, atualmente deputada federal pelo PSOL, para a prefeitura de São Paulo, Heloísa se filiou ao partido do ex-presidente Lula em 2021. Formada em direito, professora de artesanato e prestadora de serviços de editoração eletrônica.
Em 2022, pretende se candidatar a deputada estadual. Mas, ressalta, essa não é uma afronta ao pai, e sim ao que ele prega. "Minha bandeira é contra a 'olavosfera', o negacionismo e o obscurantismo".
Alfabetizada adolescente porque o pai não achava necessário frequentar uma escola, também quer lutar pela educação, por projetos de combate à violência contra a mulher e de igualdade de gênero.
"Só fui alfabetizada adolescente, quando morava com uma tia. Aos 15, voltei a morar com ele e me deparei com um monte de gente na nossa casa, formando uma seita que se dizia islâmica. Ficavam 20 pessoas dentro de um quarto. Era rezação para lá e para cá, um monte de regra. Eu me converti para pararem de me encher o saco, mas nunca segui a seita", disse em 2021 ao portal UOL.
"Orfã de pai e mãe"
Nesta madrugada, ao responder uma pessoa no Facebook, ela disse que sempre foi “órfã de pai e mãe”. Em entrevista ao UOL, em 2021, ela contou que não tem contato com mais ninguém da família: mãe, sete irmãos e 15 sobrinhos.
"Quando comecei a expor tudo isso nas redes sociais e em entrevistas, ele mandou meus irmãos atrás de mim, queriam que eu calasse a boca. Rompi com todos eles, os sete, e com a minha mãe. Só sinto falta das crianças, meus sobrinhos. Deles, choro de saudade", disse.
Comemorar a morte de qualquer pessoa é assinar o atestado de total falta de humanidade, Deus tá vendo e eu também.
— Heloisa de Carvalho Martin Arribas (@Carvalho_A_Helo) January 25, 2022
Luto decretado
— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) January 25, 2022
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