Pandemia do Novo Coronavírus

'Vacina não mata crianças. Parem de ouvir bobagem', pede médico do hospital Sírio Libanês, ao defender vacinação contra covid-19

Médico de família, Alfredo Salim reforçou que maioria dos casos graves e óbitos ocorrem em pessoas que não foram vacinadas

Gabriel dos Santos
Gabriel dos Santos
Publicado em 11/02/2022 às 11:30 | Atualizado em 11/02/2022 às 11:54
Notícia
SES-SC
A orientação da pasta é que a imunização dos adolescentes só seja iniciada depois que as cidades aplicarem a primeira dose em toda a população adulta - FOTO: SES-SC

Clínico-geral do Hospital Sírio-Libanês, de São Paulo, o médico Alfredo Salim reforça a importância de vacinação contra a covid-19 em toda a população. Em entrevista à Rádio Jornal na manhã desta sexta-feira (11), o especialista condenou informações falsas divulgadas contra a vacinação e pediu que os adultos levem às crianças aos centros de imunização. "Parem de ouvir bobagem", disse ao se referir à campanha de fake news que tenta colocar dúvidas sobre a segurança das vacinas. 

"A maioria das crianças evoluem bem, quando são infectadas, mas crianças podem, sim, morrer ou ter sequelas por causa da covid-19. Por isso, elas merecem ser vacinadas. A população sofre com o recebimento de fake news sobre as vacinas, mas é preciso dizer que as vacinas foram estudadas. As crianças recebem vacinas especiais para crianças. Essas vacinas não levam à morte de crianças", disse Salim. 

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"Para de ouvir bobagem, para de ouvir besteira!", disse o médico. "A vacinação é importante e segura. Ela foi estudada, sim. A Anvisa [Agência Nacional de Vigilância Sanitária, responsável por autorizar a aplicação de vacinas no Brasil] é uma instituição séria", defendeu o especialista. 

Maioria dos casos graves acontece em pacientes não vacinados

Também na entrevista, o médico confirmou que a maioria dos casos graves acontecem em pacientes que não foram vacinados ou que não receberam dose de reforço. 

"[Atualmente,] estamos em um ambiente diferente do que aconteceu no ano passado e retrasado, que era um pânico. Parece uma outra doença. Mas parece que é uma outra doença porque os pacientes estão vacinados. Tive poucos casos recentes de internados e que tiveram uma evolução pior. Mas esses casos mais graves eram pacientes não vacinados ou que não receberam a terceira dose. Isso é muito claro", alertou Salim.

"Ainda estamos tendo óbitos, mas em casos específicos: ou em não vacinados ou idosos, pacientes que teriam um desfecho pior independente da doença. Um paciente pulmonar crônico, com 95 anos, diabético ou paciente que está fazendo quimioterapia, qualquer variante é perigosa", explicou exemplificando. 

Haverá necessidade de quarta dose?

Uma das perguntas mais frequentes no debate sobre o combate à pandemia é sobre como deve ser o processo de vacinação contra a covid. Atualmente, o plano de vacinação contempla a aplicação de três doses nos casos das vacinas CoronaVac, AstraZeneca e Pfizer e duas doses da vacina da Janssen. Mas, afinal de contas, será necessária uma quarta dose? As vacinas deverão ser recebidas todos os anos?

"Confia, por favor, na Ciência", disse o médico. "Se a Anvisa, os locais em que são feitas pesquisas sobre isso disserem: 'receba a quarta dose', [você deve receber]. Eu vou receber", disse o médico. 

"Se vai precisar vacinar anualmente ou a cada dois anos, não sei. O vírus influenza [causador da gripe] é anual. quem sabe o vírus covid também precise ser anual", comentou. 

"A Ciência tem logística. Muita gente que não tomou a terceira dose está pegando a covid grave. Se for prescrito pela ciência, pela Anvisa, se for dada a orientação pela quarta dose, algum motivo tem. Eu vou tomar", disse. 

 

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