*ACI
Com a Santa Missa da Ceia do Senhor, nesta Quinta-feira Santa, tem início o Tríduo Pascal. Ao recordar a Última Ceia de Jesus com os discípulos, celebra-se a instituição da Eucaristia. Além disso, ocorre o rito do lava-pés, repetindo o gesto de Cristo que lavou os pés dos seus discípulos, deixando a todos um testemunho da vocação ao serviço do mundo e da Igreja.
Conheça alguns símbolos da liturgia desta Quinta-feira Santa:
São os elementos naturais que Jesus toma não para que simbolizem, mas sim para que se convertam em seu Corpo e seu Sangue e o façam presente no sacramento da Eucaristia.
Jesus os assume no contexto da ceia pascal, onde o pão ázimo da páscoa judaica que celebrava com seus apóstolos fazia referência a essa noite no Egito em que não havia tempo para que a levedura fizesse seu processo na massa (Ex 12,8).
O vinho é o novo sangue do Cordeiro sem defeitos que, posto na porta das casas, evitou aos israelitas que seus filhos morressem na passagem de Deus (Ex 12,5-7). Cristo, o Cordeiro de Deus (Jo 1,29), ao que tanto se refere o Apocalipse, salva-nos definitivamente da morte por seu sangue derramado na cruz.
Os símbolos do pão e o vinho são próprios da Quinta-feira Santa quando, durante a Missa vespertina da Ceia do Senhor, celebramos a instituição da Eucaristia, da qual encontramos alusões e alegorias ao longo de toda a Escritura.
Mas como esta celebração vespertina é o princípio do Tríduo Pascal, é necessário destacar que a Eucaristia dessa Quinta-feira Santa, celebrada por Jesus sobre a mesa-altar do Cenáculo, era a antecipação de seu Corpo e seu Sangue oferecidos à humanidade no “cálice” da cruz, sobre o “altar” do mundo.
O Evangelho de São João é o único que nos relata este gesto simbólico de Jesus na Última Ceia e antecipa o sentido mais profundo do “sem-sentido” da cruz.
Um gesto incomum para um Mestre, próprio dos escravos, converte-se na síntese de sua mensagem e dá aos apóstolos uma chave de leitura para enfrentar o que virá.
Em uma sociedade onde as atitudes defensivas e as expressões de autonomia se multiplicam, Jesus humilha nossa soberba e nos diz que abraçar a cruz, sua cruz, hoje, é estar a serviço dos outros. É a grandeza dos que sabem fazer-se pequenos, a morte que conduz à vida.
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