Com informações do repórter Filipe Farias, do JC Online.
Nesta quinta-feira (26), em nova assembleia realizada, os metroviários do Recife tomaram uma decisão sobre o estado de greve, prolongado na quinta passada (19).
A decisão vem logo após o governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), afirmar que o processo de estadualização do Metrô do Recife — que depois teria a operação e gestão concedida à iniciativa privada — não será continuado.
Mesmo decidindo pela suspensão do estado de greve, a votação entre os metroviários foi bem acirrada: dos 105 sindicalistas presentes, 58 votaram pela suspensão e 47 pela paralisação total do sistema.
Esta é a terceira assembleia convocada pelo Sindicato dos Metroviários de Pernambuco (SindMetro-PE) após o anúncio da concessão do Metrô do Recife pelo governo estadual.
"Como o governador recuou com a proposta, tiramos o indicativo de greve e suspendemos o estado de greve. O que tem hoje é categoria que volta aos seus postos de trabalho normalmente", declarou o presidente do sindicato, Luiz Soares.
Desse modo, o Metrô do Recife deve continuar operando normalmente após a decisão do SindMetro.
O governador de Pernambuco, Paulo Câmara, chegou a receber a direção do sindicato ainda nesta quarta-feira (25) no Palácio do Campo das Princesas. Ele disse que o Estado não tem interesse em administrar o metrô, mas que faria isso para não ter o sistema destruído.
O chefe de Estado declarou, inclusive, ter "errado" ao autorizar os estudos sobre a concessão pública do sistema sem envolver os metroviários.
"Nosso objetivo é o funcionamento bem, não aceitamos a degradação do sistema feito pelo governo federal, que joga os usuários e a opinião pública contra o Estado de Pernambuco. O governo federal não conversa com a gente. Não temos interesse em administrar o metrô", disse o governador.
A vice-governadora de Pernambuco, Luciana Santos, também participou da reunião dos metroviários com Paulo Câmara e se posicionou como contrária à privatização do serviço.
"Nós somos contra a privatização (concessão) do metrô, que é um serviço essencial. O governo federal quer matar o serviço por inanição, é um absurdo. É um governo que não tem compromisso nem com a vida - vimos a forma como lidou com a covid -, muito menos com o transporte público", declarou.
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