Antes mesmo do resultado das eleições do segundo turno o bloqueio das estradas já estava sendo planejado pelos apoiadores de Jair Bolsonaro.
"Preparem as barracas, o povo nas cidades vai para os quartéis os caminhoneiros e o agro irão parar às rodovias", diz a mensagem, com erros de ortografia, que circulou no Telegram bolsonarista.
O disparo ocorreu em 14 de outubro.
Segundo a Agência Pública descobriu que a mensagem, enviada no grupo ODB Ordem de Cristo, com 3,5 mil membros, não foi um conteúdo isolado.
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Durante o período que antecedeu o segundo turno das eleições, na qual Jair Bolsonaro não conseguiu ser reeleito, chamados de paralisação circulam nas redes sociais chamando os apoiadores do presidente.
As mensagens mostram que os extremistas traçaram ao menos dois cenários: realizar a paralisação nas semanas anteriores à votação ou logo após a divulgação dos resultados, no que já chamavam de "contra-golpe" - antes mesmo da eleição acontecer.
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CONVOCAÇÃO NAS REDES SOCIAIS
"Intervenção civil é dias e dias a fio.. até que o ORDENAMENTO DO POVO SOBERANO SEJA CUMPRIDA", dia uma das mensagens do grupo que conta com 2,1 mil membros, no dia 15 de outubro.
Dois dias depois, um novo chamamento ilegal no grupo também citaria os caminhoneiros: "caminhoneiros e o agro irão parar às rodovias!!! O Lula e o STF só teme as FFAA! Selva!"
Segundo a lei 14.197/2021, atentar contra as instituições democráticas é crime e pode levar de 4 a 12 anos de reclusão.
"Se houver golpe. *Todos* precisamos fazer o contra golpe *imediatamente* após o anúncio. O povo precisa, uma parte cercar os cartórios eleitorais e sedes do TSE e outra parte ir para as portas dos quartéis e caminhoneiros e agricultores trancar os trevos de rodovias em DEDOBEDIENCIA CIVIL", diz outra mensagem.
Para os bolsonaristas membros dos grupos, uma fala de Jair Bolsonaro, no dia 11 de outubro, pode ter feito mensação para tal ato.
A fala do presidente para que os eleitores permanecessem na seção após a votação seria um indicativo para as paralisações, segundo os eleitores.
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