O Papa Francisco voltou a defender a comunidade LGBTQIAP+ e disse que "homossexualidade não é crime".
A declaração foi dada pelo Pontífice em entrevista à agência de notícias Associated Press na terça-feira (24) e contraria o entendimento de muitos líderes religiosos conservadores.
Na entrevista, Papa Francisco disse que as leis discriminatórias contra homossexuais são injustas e pediu que bispos católicos acolham pessoas da comunidade LGBT na Igreja.
O Papa Francisco disse ainda que os bispos que apoiam leis que discriminam a população LGBT precisam enfrentar por um processo de mudança para entender a dignidade de todos.
“Estes bispos têm que ter um processo de conversão”, disse Francisco. Ainda de acordo com o Papa, esses bispos precisam aplicar “ternura, por favor, como Deus tem por cada um de nós”.
De acordo com a Associated Press, quase 70 países ou jurisdições no mundo ainda têm leis que criminalizam relações sexuais consentidas entre pessoas do mesmo sexo.
Na avaliação de Francisco, as leis são injustas e a Igreja Católica deve trabalhar para acabar com elas. "Deve fazer isso. Deve fazer isso", afirmou o Pontífice.
“Somos todos filhos de Deus, e Deus nos ama como somos e pela força que cada um de nós luta pela nossa dignidade”, afirmou o Papa Francisco. A entrevista foi concedida no hotel do Vaticano, onde o líder principal da Igreja mora.
PECADO?
Apesar de defender a descriminalização da homossexualidade, Francisco manteve a explicação de que, para a Igreja Católica, relações sexuais entre pessoas do mesmo sexo é pecado.
“Não é crime. Sim, mas é pecado. Tudo bem, mas primeiro vamos distinguir entre um pecado e um crime", disse o papa. "Também é pecado faltar à caridade uns com os outros", acrescentou.
Vale acrescentar que, para a Igreja Católica, a relação sexual heterossexual (entre pessoas de sexo diferente) fora do casamento também é pecado.
Considerado progressista, e líder de uma religião milenar, Francisco faz acenos à comunidade LGBT desde 2013, quando foi eleito papa, após a renúncia do conservador Bento XVI, morto em 31 de dezembro de 2022.
Já no primeiro ano como papa, quando entrevistado pela repórter Ilze Scamparini, da TV Globo, Francisco foi questionado sobre um padre supostamente gay. “Quem sou eu para julgar?”, respondeu o Pontífice, em uma declaração que repercutiu mundialmente.
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