O presidente brasileiro, Lula, disse no domingo (22) estudar a implantação de uma "moeda comum sul-americana". O comunicado foi feito em comum acordo com o presidente da Argentina, Alberto Fernández. A notícia gerou dúvidas nos brasileiros sobre o futuro do real, caso a ideia de Lula prospere.
Uma das primeiras dúvidas é sobre se o real será substituído por outra moeda. Mas, na verdade, a ideia de Lula é a criação de uma moeda "comum" e, não, uma "única moeda" ou "moeda única" para todos os países.
Diferente do que acontece na Europa, onde quase todos os países da União Europeia adotam o euro como moeda, a ideia de Lula e Fernández não é acabar com o real (no Brasil) e com o peso (na Argentina) para a criação de uma "moeda única".
Embora o projeto ainda não tenha sido completamente formatado e explicado pelos dois presidentes, especialistas acreditam que o plano seja desenvolver uma moeda comum para ser usada em grandes transações entre as nações.
Ou seja, se a ideia prosperar, os brasileiros continuariam usando o real normalmente, assim como os argentinos seguiriam fazendo suas compras com os pesos. Mas quando o Brasil e a Argentina importassem ou exportassem produtos entre si essas transações comerciais seriam feitas com a nova moeda.
Se todos os países do Mercosul adotarem a ideia, a moeda comum para as importações no bloco também seria usada por Paraguai e Uruguai.
O texto divulgado no domingo confirma essa hipótese já que os presidentes falaram em manter as moedas locais (portanto, o real e o peso), mas criar uma moeda única "utilizada tanto para fluxos financeiros quanto comerciais".
"Pretendemos superar barreiras às nossas trocas, simplificar e modernizar regras e incentivar o uso de moedas locais. Também decidimos avançar nas discussões sobre uma moeda comum sul-americana que possa ser utilizada tanto para fluxos financeiros quanto comerciais, reduzindo os custos de operação e diminuindo a nossa vulnerabilidade externa", disseram Lula e Alberto Fernández.
Em entrevista à CNN Brasil, o economista e pesquisador associado do FGV Ibre, Fabio Giambiagi, questionou a necessidade de uma moeda comum para transações comerciais entre os países, já que o dólar já cumpre essa função.
"É algo totalmente sem sentido, pois essa moeda de troca já existe, é o dólar”, disse Giambiagi. “O Brasil vai enfrentar uma série de problemas que precisam ser resolvidos na agenda econômica, então para quê envolver uma discussão dessa e criar uma espécie de dólar do sul? Para quê reinventar a roda?”, questionou.
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