"Essa história não é sobre mim", diz mulher expulsa de avião após recusar despachar mochila; Gol é acusada de racismo

O Governo Federal determinou o início da investigação de racismo para o episódio
Fernanda Cysneiros
Publicado em 01/05/2023 às 10:24
Mulher foi expulsa do voo da Gol Foto: Reprodução


A estudante de mestrado da Fundação Oswaldo Cruz, Samantha Vitena - uma mulher negra de 31 anos - foi retirada de um voo da companhia Gol por policiais federais, na madrugada do último sábado (29), por se negar a despachar uma mochila.

A aeronave sairia de Salvador (BA) com destino à Congonhas (SP).

Em vídeos que viralizaram nas redes sociais, é possível observar Samantha aguardando pela decolagem dentro do avião, quando é retirada em meio a uma discussão acerca do despacho de sua mochila.

O motivo para a "expulsão" seria, de acordo com um dos agentes, uma "decisão do comandante".

MULHER EXPULSA DE AVIÃO

Ao ser solicitada a despachar a bagagem, a passageira Samantha sinalizou que seu notebook estava dentro da mochila e seria prejudicado se fosse despachado.

Por recusar a ordem dos agentes e rebater a decisão, a estudante foi retirada por “perturbação da ordem a bordo”, acusação que teria sido feita pelo próprio comandante do avião.

A jornalista Elaine Hazin estava no mesmo avião que Samantha e classificou o episódio como “um caso extremamente violento de racismo”.

Segundo Hazin, os passageiros embarcaram no voo 1575 da Gol Linhas Aéreas com uma hora de atraso e a mulher não conseguia lugar para guardar a mochila, que continha um laptop.

"ESSA HISTÓRIA NÃO É SOBRE MIM"

Nas redes sociais, o Ministério das Mulheres também se pronunciou sobre o caso.

Para o órgão, o caso contra Samantha Vitena demonstra "o racismo e a misoginia que atingem de forma estrutural as mulheres negras em nosso país".

Na manhã desta segunda-feira (01/05), a estudante participou do programa "Encontro com Patrícia Poeta" e deu sua declaração acerca do triste episódio.

Em nota, a assessoria da Gol disse que Samantha foi retirada por "medida de segurança".

Já em resposta ao Encontro, a companhia informou que tem conhecimento acerca da realidade do racismo estrutural do país e disse não toler tais práticas na empresa.

A Gol, inclusive, contratou um órgão independente pra realizar outra investigação e se coloca totalmente à disposição para Samantha.

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