"FirstMile": saiba como funciona o aplicativo de espionagem usado no governo Bolsonaro

Aplicativo israelense é usado para espionagem de usuários durante o governo Bolsonaro.
Amanda Marques
Publicado em 15/03/2023 às 8:53
A investigação apura a inclusão de uma suposta vacinação contra covid-19 em dados de Jair Bolsonaro. Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil


Nesta terça-feira, a informação de que a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) usava o aplicativo FirstMile para espionagem de 10 mil brasileiros a cada 12 meses durante o governo Bolsonaro repercutiu nas redes. 

A plataforma tem origem israelense e chegou no governo de Temer. O principal uso do app era o  monitoramento da localização dos cidadãos, contudo sem qualquer protocolo oficial, de acordo com relatos revelados pelo O Globo.

Como funciona o aplicativo de espionagem? 

Desenvolvido pela Cognyte, o aplicativo deu a possibilidade da Abin rastrear localização de aparelhos que utilizam redes 2G, 3G e 5G, faciolitando o rastreamento do paradeiro de uma pessoa a partir do dados transferidos a partir do celular para torres de telecomunicações.

Com o fluxo da utilização desses dados, o "FirstMile" oferecia acesso ao histórico de deslocamento dos usuários e até mesmo um "alerta em tempo real" de movimentação do alvo.

Ucho.Info. - Aplicativo israelense é usado para monitoramento dos usuários.

Para o monitoramento ser efetivado, a agência apenas precisava adicionar o número do contato telefônico desejado no programa e acompanhar a última localização registrada.

Segundo a empresa, o software aberto é alimentado por Inteligência Artificial (IA) e análise preditiva, que tem o objetivo de usar a tecnologia para evitar ameaças à segurança de organizações governamentais e empresarias. 

"Incentivamos IA cognitiva e análise para gerar Inteligência Acionável", destaca a Cognyte como missão da empresa. 

O uso sem protocolo do FirstMile 

Um integrante do alto escalão da Abin confirmou que o sistema era operado na justificativa de um "limbo legal", ou seja, uma vez que o acesso aos metadados de celulares não está expressamente proibido na legislação, a Abin monitorava os usuários a partir da alegação de "segurança de Estado".

Contudo, a ação da agência se configura como uma quebra de sigilo telefônico.


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