Telescópio

JAMES WEBB localiza GALÁXIA MAIS DISTANTE DO UNIVERSO; confira

A formação da JADES-GS-z13-0 remonta à expansão inicial do Universo

Nathália Macêdo
Nathália Macêdo
Publicado em 04/04/2023 às 17:17
Notícia
Divulgação/Nasa
Telescópio James Webb - FOTO: Divulgação/Nasa

Da AFP

O telescópio James Webb localizou a galáxia mais distante já identificada, que remonta à expansão inicial do Universo, a 320 milhões de anos após o Big Bang, de acordo com estudos publicados nesta terça-feira (4).

Como funciona

O aparato espacial tem uma poderosa capacidade de observação infravermelha, que combinada com a espectroscopia — que analisa a luz de um objeto para determinar seus elementos químicos —, identificou "inequivocamente" a existência de quatro galáxias.

Todas estão muito distantes, com idades que variam entre 300 e 500 milhões de anos após o Big Bang (que ocorreu há 13,8 bilhões de anos), segundo dois estudos publicados no jornal Nature Astronomy.

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Divulgação/ ESA Webb Telescope
Telescópio James Webb localiza galáxia mais distante do Universo - Divulgação/ ESA Webb Telescope

Naquela época, o Universo tinha apenas 2% de sua idade atual e passava pelo que os cientistas chamam de período de reionização: após uma fase conhecida como "idade das trevas", ele voltou à atividade e passou a produzir uma grande quantidade de estrelas.

Nomes

  • JADES-GS-z13-0

A galáxia mais distante localizada pelo JWST se formou "320 milhões de anos após o Big Bang" e sua luz é a mais afastada já observada até hoje pelos astrônomos, explicou à AFP Stéphane Charlot, do Instituto de Astrofísica em Paris, um dos autores do estudo.

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Divulgação/Nasa
Telescópio James Webb - Divulgação/Nasa

  • GM-z11

O telescópio espacial também confirmou a existência da galáxia, cerca de 450 milhões de anos após o Big Bang, que já tinha sido detectada pelo telescópio Hubble.

Forma

Todas as quatro são de massa muito baixa, apenas cem milhões de vezes a massa do Sol, em comparação ao 1,5 trilhão da Via Láctea. Entretanto, são "muito ativas quando se trata de formar estrelas, proporcionalmente à sua massa", detalha o astrofísico.

A formação destas estrelas está acontecendo "aproximadamente no mesmo ritmo da Via Láctea", uma velocidade "surpreendente naquela fase inicial do Universo", comenta o pesquisador.

Estas galáxias são, por outro lado, "muito pobres em metais", uma descoberta que confirma teorias clássicas da Cosmologia de que quanto mais próximas à origem do Universo, menos tempo estas estrelas tiveram para formar moléculas complexas.

Em fevereiro, o JWST também identificou um grupo de seis galáxias de 500 a 700 milhões de anos de idade após o Big Bang, aparentemente muito mais massivas do que o esperado. Se suas existências forem confirmadas pela espectroscopia, isso poderia questionar algumas das teorias sobre a formação do Universo.

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