Desde os primórdios da civilização, os vivos costumam prantear os seus mortos e deles se despedirem, de diversas formas, antes de sepultá-los. Em geral, a cerimônia do adeus é um ritual longo, podendo levar dias, e também doloroso, comumente vivido na forma de um ritual de despedida cerimonial, por mais simples que este seja. Sepultar os mortos é um dever que se impõe aos vivos, e ser sepultado é um direito que cabe aos mortos. Nada mais ultrajante do que os vivos não poderem prantear e sepultar os seus mortos, por alguma razão. A tristeza e o sofrimento da cerimônia do adeus são sentimentos que precisamos viver, em observância ao ritual de despedida, para que possamos suportar o sofrimento e a tristeza daqueles ou daquelas que amávamos e que partiram. Também, de acordo com as mais diversas formas de religião, o ritual de despedida se faz necessário para aqueles ou aquelas que morreram possam assim descansar em paz. Em resumo, os vivos e os mortos precisam de alívio e descanso para que a vida continue o seu curso: os vivos pranteando os mortos e estes, por sua vez, fazendo-se vivos em nossas lembranças e sentimentos. O que os vivos mais querem, já que ninguém poderá viver para sempre, é nunca serem esquecidos, desejo, esse, que os mortos costumam levar consigo para o túmulo, embora nem para uns nem para outros, não há quem possa garantir que assim será. O esquecimento parece ser o lugar comum para a maioria esmagadora dos mortais. Talvez essa seja a razão do grande medo da morte, o medo de ser esquecido. Por sua vez, nos sentimos na obrigação de cumprir com o dever para aqueles que já partiram, e que amamos, de mostrar, a cada ano, num dia especificado para tal, que não os esquecemos e que eles continuam lembrados e amados nos nossos corações. O Dia de Finados, que será celebrado na data de amanhã, tem esse objetivo ou propósito. Nesse sentido, o dia dos mortos é a negação de toda e qualquer forma de esquecimento. Pelo menos enquanto existir no mundo uma única pessoa que lembre-se de nós. É essa lembrança que nos mantém vivos nos corações e mentes das pessoas que nos conheceram e nos amaram ou que tomaram conhecimento de algum feito que realizamos. É assim que damos vida aos mortos, em forma de agradecimento pelo o que eles fizeram por nós algum dia. Em geral, nos oferecendo carinho, cuidados, proteção e amor, muito amor. É exatamente sobre essa relação entre os vivos e os mortos que iremos abordar, hoje, na coluna Psicologia em Movimento, com o psicólogo Sylvio Ferreira.
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