Apesar de defendida por grande parte da população, a permanência das Forças Armadas nas ruas da Região Metropolitana do Recife é "muito cara", afirmou o Ministro da Defesa, Raul Jungmann, na manhã desta segunda-feira (12). O ministro foi entrevistado durante o programa "Passando A Limpo", na Rádio Jornal.
A Operação Leão do Norte está com 3.500 homens das Forças Armadas no reforço da segurança de Pernambuco. A ação começou na última sexta (09) e segue até o dia 19 deste mês, após um pedido do governador Paulo Câmara, que foi atendido pelo presidente Michel Temer em resposta à operação padrão e ameaça de greve da Polícia Militar de Pernambuco. "O objetivo é levar tranquilidade ao Grande Recife. Mas não é possível a permanência das Forças Armadas, porque custa muito dinheiro, o maior exemplo é o Rio de Janeiro", afirmou. Segundo Raul Jungmann, a operação no Grande Recife vai custar R$ 2,3 milhões. As Forças Armadas ficam em Pernambuco até o dia 19.
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O ministro alerta ainda para o fato de que militar não é treinado para funções de polícia e que o Brasil poderia ter uma guarda nacional para casos especiais. Na opinião de Jungmann, há um imobilismo na questão da segurança: "as grandes guangues do sudestem como PCC e Comando Vermelho, estão espalhadas por todo o Brasil e se internacionalizando. Para completar, com a redução de recursos de segurança, a situação fica ainda pior", declarou.
O ministro Raul Jungmann defende a criação de um Programa Nacional de Segurança. Ele acredita que é preciso uma grande reforma e a obtenção de mais recursos para área. Sem isso, há uma chance real de a escalada da violência não parar. Para ele, "não vamos resolver o provlema de segurança com a defesa".
O Ministro da Defesa se reúne no fim da manhã desta segunda com o comandante do Comando Militar do Nordeste (COMAR) para avaliar a Operação Leão do Norte. Outra avaliação será feita na manhã desta terça (13).
Indagado sobre a relação das Forças Armadas com o golpe civil-militar de 1964, o ministro Raul Jungmann diz que a chance de retorno dos militares ao poder é "zero". "Os militares hoje são ativo da democracia. Estão aqui porque a Constituição manda. Se alguém atentar contra a democracia, os militares serão a parede", frisou o ministro da Defesa.
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