Dói muito, só quero sepultar minha filha, diz pai da estudante Remís Carla

Corpo da estudante Remís Carla, encontrada morta próximo a casa do namorado, será enterrada neste domingo (24) em cemitério na cidade de Paulista
Rádio Jornal
Publicado em 24/12/2017 às 10:01


Familiares e amigos se reunirão no final da manhã desta véspera de Natal para realizar o sepultamento da jovem estudante de pedagogia, Remis Carla, de 24 anos, encontrada morta na manhã do sábado (23). O funeral deve ser realizado neste domingo (24) às 11h no cemitério Campo Santo, na cidade de Paulista, no Grande Recife.

"Uma mulher livre e independente, que sofria calada. Tinha um futuro brilhante. Somos humildes, mas somos respeitados por todos que nos conhecem. Não podia haver um efeito tão trágico. Haveria outras formas. Eu quero sepultar minha filha em paz. É muita dor, tá doendo muito a ausência da minha Remís", disse o pai da estudante Remís Carla, José Carlos Costa.

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De acordo com familiares da jovem, o corpo de Remís não deve ser velado devido ao avançado estado de decomposição em que foi encontrado. A jovem estava desaparecida desde o último domingo (17), quando foi vista pela última vez na casa do namorado no bairro da Várzea, Zona Oeste do Recife, mas ainda não há confirmação sobre o dia exato em que ela foi assassinada. O companheiro da estudante, o pedreiro Paulo César de Oliveira, foi preso e, segundo a Polícia Civil, confessou o homicídio.

O namorado de Remís Carla, Paulo César de Oliveira, 24, que confessou ter matado a estudante de pedagogia, chegou a morar na casa dos pais da vítima. Segundo o pai de Remís, ele nunca aparentou ser uma pessoa agressiva. "Nós demos toda a confiança a esse cidadão, se é que posso chamar de cidadão. Chegou a morar na minha casa. Na nossa frente nunca aparentou agredir, ela sempre aparentou ser feliz. Na ausência da gente, ele agredia ela, maltratava e humilhava".

Denúncias de Remís contra o namorado eram desconhecidas pela família

Um Boletim de Ocorrência foi registrado por Remís Carla contra o seu namorado no último mês de novembro. As denúncias da estudante eram desconhecidas pela família até o desaparecimento da vítima. "Depois do desaparecimento, tomamos conhecimento do B.O e dos maltratos. Depois do desaparecimento, começaram a aparecer indícios de cárcere privado e agressões, outros crimes cometidos por eles. Quebra de celular, computador", conta José Carlos Costa.

Polícia Civil detalha o crime

Segundo a polícia Civil, o motivo do assassinato de Remís Carla seria ciúmes. O namorado da vítima, Paulo César de Oliveira, matou a estudante asfixiada. Os dois iniciaram uma discussão após Paulo ter quebrado o celular de Remís no dia do crime, último domingo (17). Ele percebeu a morte da jovem e, durante a madrugada, enrolou o corpo de Remís em lençóis, carregou por cerca de 400m e enterrou.

No último dia 20, data de abertura do inquérito, ele foi ouvido pela polícia e negou o crime. Ele foi localizado ontem na cidade de Vicência, Zona da Mata de Pernambuco. Lá, Paulo César confessou ter cometido o crime e disse que teria usado maconha e cocaína. Ele ainda se encontra no DHPP e segue para audiência de custódia no fórum Rodolfo Aureliano às 13h.

Ainda segundo a polícia, havia uma medida protetiva em vigor e Paulo César deveria estar longe da vítima.

Entenda o caso

O corpo de Remís Carla foi encontrado parcialmente enterrado a cerca de 400 metros de distância da casa do namorado. Ele foi encontrado por moradores que fizeram uma denúncia anônima ao Grupo de Operações Especiais (GOE), da Polícia Civil. A operação contou com membros do Cospo de Bombeiros que retiraram o corpo da mulher da vala.

Ainda na tarde do sábado, o corpo da jovem passou por exames com médicos legistas. À noite, a Secretaria de Defesa Social (SDS) confirmou a identidade de Remís Carla. O corpo foi liberado pelos familiares da vítima na manhã de hoje no IML.

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