Em entrevista à Rádio jornal na manhã desta terça-feira (6), o ex-presidente Lula disse que "fugir é uma palavra que não existe na sua vida". Lula respondia a uma pergunta feita pelo entrevistador e comunicador da Rádio Jornal, Geraldo Freire, que levantou hipóteses sobre uma possível prisão do ex-presidente.
Geraldo Freire perguntou se, numa decretação eventual prisão, Lula fugiria para o exterior ou se ficaria no Brasil para enfrentar a decisão da Justiça.
"A palavra fugir não existe na minha vida. Sou cidadão brasileiro, tenho orgulho de ser brasileiro, escapei da fome até 5 anos de idade, porque Nordestino que nasce na miséria onde eu nasci tem pouca chance de sobreviver. Vou encarar qualquer situação de cabeça erguida", disse o ex-presidente.
Na entrevista, o ex-presidente fez diversas críticas ao poder Judiciário, em especial ao Ministério Público Federal, ao juiz Sérgio Moro e aos desembargadores do Tribunal Federal Regional da 4ª Região (TRF-4), que no mês passado confirmou a condenação dele na segunda instância, no caso do Triplex do Guarujá.
De acordo com Lula, o objetivo da condenação em 2ª Instância foi uma forma de "referendar a mentira" da condenação em primeira instância. "Eu fiquei pasmo, até agora sem acreditar no que aconteceu", disse Lula sobre a condenação do dia 24.
Lula não poupou críticas ao Ministério Público e ao juiz titular da Operação Lava Jato, Sérgio Moro: "Moro inventou uma história. Isso é uma coisa messiânica, de alguém que é quase um analfabeto político". Lula ainda sustentou que foi condenado em um processo "sem provas": "Se eles fizerem uma acusação contra mim e tiverem uma prova, Eles podem me desmoralizar perante a opinião pública".
Perguntado pelo comunicador Geraldo Freire se, num cenário de prisão, ele fugiria ou ficaria no Brasil para enfrentar a prisão, o ex-presidente falou que fugir é uma palavra que não existe para ele.
Essa foi a primeira entrevista que o ex-presidente Lula concedeu a um veículo de comunicação depois de sua condenação em segunda instância pelo TRF4, em 24 de janeiro deste ano, pelo caso do Triplex do Guarujá.
Um dia depois da condenação, o Partido dos Trabalhadores fez o anúncio de que Lula é o pré-candado oficial do partido à Presidência da República nas eleições deste ano, apesar de, em tese, a condenação ter deixado o legista inelegível.
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