
O filho do promotor Marcellus Ugiette, Diego Ugiette, revelou que o pai foi hospitalizado por precaução, já que é hipertenso e diabético e estaria pressionado diante das denúncias contra ele. Segundo Diego, o pai está triste e apreensivo diante das denúncias, mas a família confia na honestidade do promotor.
Ugiette é suspeito de beneficiar presos em troca de presentes. “Eu posso falar por mim sobre a honestidade e da conduta do meu pai. Eu tenho certeza que o Ministério Público é uma instituição séria, que vai cuidar desse fato com a maior isonomia e imparcialidade possível para que tudo se esclareça”, defendeu Diego. "Estamos firmes, juntos e unidos. Deus sabe todas as coisas", completou.
Ele falou que a pressão deixou o promotor abatido. "[Por causa de] Essa pressão, por tudo isso que tem acontecido, a gente, por precaução, tem levado ele [ao hospital]. Mas ele está bem”, contou o filho do promotor.
Segundo o filho de Marcellus Ugiette, o pai já deveria ter se aposentado, mas continuava trabalhando. “Ele já tem serviços prestados demais, já era para ter se aposentado desde 2015. Mas está aí na luta por gostar de trabalhar e pela instituição”, comentou.
Ouça a entrevista de Diego Ugiette concedida à Rádio Jornal:
Denúncias
O promotor de justiça Marcellus Ugiette, que está afastado por 60 dias da Vara de Execuções Penais, virou alvo de uma investigação da Polícia Civil, deflagrada na última sexta-feira (3). A suspeita é de que o promotor tenha praticado crime de corrupção passiva.
O Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público de Pernambuco, Ricardo Lapenda, explicou que a organização criminosa de estelionatários que o promotor Marcellus Ugiette faria parte tinha atuação dentro e fora dos presídios. A quadrilha estava atuando a mando dos reeducandos e, segundo a investigação, o promotor beneficiava alguns presos. Os detalhes foram apresentados durante coletiva de imprensa na tarde desta segunda-feira (6).
Saiba mais na reportagem de Clarissa Siqueira:
“Ele atuaria para que esses presos fossem transferidos sem maiores obstáculos. Inicialmente se detectava um codinome para essa autoridade. Ele era chamado de ‘Anjo’ e, com o avançar da investigação policial, chegou-se à conclusão de que era o promotor Marcellus Ugiette da [Vara de] Execuções Penais”, detalhou o coordenador.