A Polícia Civil divulgou, nesta quarta-feira (12), imagens do circuito interno de segurança do Colégio Nossa Senhora Auxiliadora, em Petrolina, Sertão do Estado, onde a menina Beatriz Mota foi encontrada morta em 2015, aos 7 anos. O vídeo mostra o momento em que, segundo a polícia, Alisson Henrique Carvalho, ex-prestador de serviço da escola, teria apagado imagens registradas pelas câmeras de segurança da unidade de ensino que revelariam a identidade do suspeito do crime.
As imagens são do dia 4 de janeiro de 2016, às 15h40, 22 dias após a morte da menina. De acordo com a delegada Polyanna Nery, responsável pelo caso, as imagens que foram apagadas poderiam revelar a identidade do suspeito que participou no homicídio. "Ele circulou no colégio no dia 10 do 12 [de dezembro de 2015]. O suspeito nega ter excluído o material.
Ainda segundo a delegada, o suspeito tinha uma empresa de informática e prestava serviços ao colégio. Além dele, havia uma outra funcionaria, mas a possível investigação sobre a mulher corre em sigilo.
De acordo com a delegada, houve uma demora para a entrega das imagens. "Eles davam desculpas, alegavam que as imagens não podiam ser entregues naquele momento. Até o momento em que se deu a apreensão do aparelho".
O Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) decretou a prisão preventiva do suspeito por 3 votos a 1 por falso testemunho e fraude processual. De acordo com o chefe da Polícia Civil Joselito Kehrle do Amaral, o processo corre em segredo de justiça, mas os indícios levantados foram suficientes para a determinação judicial.
Segundo a Polícia Civil, o suspeito deve se apresentar à polícia, mas agentes já estão em diligências para encontrá-lo. Caso ele não se apresente, será preso. Após oficialização do resultado da audiência, a mãe de Beatriz, Lúcia Mota, passou mal e chegou a desmaiar. Um protesto em frente ao prédio do TJPE, organizado por amigos e parentes de Beatriz, aconteceu durante sessão do pleno que julgava o recurso do MPPE contra decisão anterior que havia negado a prisão do homem.
Beatriz Mota desapareceu durante a festa de formatura da irmã mais velha, no Colégio Nossa Senhora Auxiliadora, no dia 10 de dezembro de 2015. A menina pediu à mãe para beber água e sumiu em seguida. O corpo foi encontrado cerca de 40 minutos depois, com 42 perfurações de faca. O que aconteceu nesse espaço de tempo permanece um mistério, mesmo após três anos e quatro delegados no comando das investigações.
Há um ano, quando a delegada Polyana Neri, diretora-adjunta da Diretoria Integrada do Interior 2, assumiu o caso em caráter de exclusividade.
Nessa terça-feira (12), em nota onde disseram acreditar nas instituições e no poder público, os pais de Beatriz Mota, Sandro Romilton e Lúcia Mota, cobraram a prisão do homem. No texto, Sandro e Lúcia destacam que não imputam ao ex-prestador de serviço da escola a autoria do crime de homicídio, mas “a prática de crimes diversos que de alguma forma contribuíram para que até agora não se chegasse ao resultado esperado por todos”.
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