Para detectar e acompanhar a contaminação das águas atingidas pelo derramamento de rejeitos em Brumadinho, os pesquisadores da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj) Neison Freire, pós-doutorado em risco de desastres naturais, e Beatriz Mesquita, especialista em pesca artesanal, seguem nesta segunda-feira (18) para o local onde os rios Paraopeba e São Francisco se encontram, em Três Marias, Minas Gerais, a 331 quilômetros da barragem rompida.
Os dois levarão ao município o método criado por Freire, que detecta diferenças de energia eletromagnética na água para diferenciar a porção limpa da porção contaminada. Ele compara a água do rio em datas anteriores e posteriores ao desastre ambiental. Na água coletada no dia 14 de janeiro, antes do rompimento, não havia sinais de contaminação. Na comparação com o dia 30 de janeiro, quando a lama já havia alcançado o Paraopeba, é possível observar a modificação da energia gerada no rio.
O procedimento funciona por meio de programação em álgebra espacial. A última aplicação ocorreu ontem e os resultados serão comparados aos de coletas anteriores. Segundo o pesquisador, baseando-se em parâmetros físicos, é possível ver o momento em que a lama toca na água e até onde ela se estende. “A gente consegue saber até onde está indo a contaminação. Vamos buscar as datas mais recentes e acompanhar o deslocamento dos rejeitos no rio,” revelou.
O trabalho em Três Marias também incluirá entrevistas com pescadores, moradores da região e gestores na área de infraestrutura e meio ambiente dos municípios vizinhos que têm água na represa da cidade. Segundo a Fundaj, já há relatos de morte de peixes na represa de Três Marias.
Os pesquisadores retornam na sexta-feira (22) e a pesquisa completa será elaborada em um dossiê preliminar denominado “Monitoramento Geoespacial da Contaminação do Rio São Francisco Pós-Brumadinho: Possíveis Impactos na Economia, Meio Ambiente, Saúde Pública e Pesca Artesanal.”
A maior preocupação, além do alto teor de argila presente na lama, é a possível presença de materiais pesados nas águas. Segundo Neison Freire, no caso do São Francisco, não há tecnologia economicamente viável para filtrar metais pesados. Até o momento, a pesquisa estima que 2 milhões e 600 mil pessoas, direta ou indiretamente, serão afetadas pelo desastre.
Este conteúdo é exclusivo para assinantes JC
Não localizamos uma assinatura ativa do JC para esta conta.
Para acessar este e outros conteúdos exclusivos, assine aqui.
Seu e-mail não é {{ email }} ou precisa trocar de conta?
Entre novamente.
{{ signinwall.metadata.blocked_text }}
Já é assinante?
Selecione o seu plano
{{ plans.first.name }}
R$ {{ plans.first.formatted_price }} /{{ plans.first.subscription_type }}
{{ plans.first.paywall_description }}
{{ plans.second.name }}
R$ {{ plans.second.formatted_price }} /{{ plans.second.subscription_type }}
{{ plans.second.paywall_description }}
{{ plans.third.name }}
R$ {{ plans.third.formatted_price }} /{{ plans.third.subscription_type }}
{{ plans.third.paywall_description }}
Pagamento
Assinatura efetuada com sucesso!
Agora você tem acesso a todo o conteúdo do nosso portal!
voltar para o conteúdoNão foi possível realizar sua assinatura.
Por favor, verifique as informações de pagamento e tente novamente.