Com a demolição dos galpões do Cais José Estelita, concluída no último domingo (31), as próximas etapas do Projeto Novo Recife devem começar em pelo menos seis meses. Segundo o engenheiro e representante do empreendimento, Eduardo Moura, um estudo geológico está sendo finalizado, juntamente com o projeto executivo das fundações da construção.
"Eu já posso executar as fundações e o estaqueamento, pois já tenho um alvará do projeto aprovado, mas estamos concluindo o projeto das fundações. A legislação municipal me permite essa execução, mas elas devem demorar um ano para ficarem prontas no local", explicou Eduardo em entrevista do Passando a Limpo desta segunda-feira (1º). Esta etapa prevê a instalação de um canteiro de obras, o início da implantação das fundações e a construção do novo sistema viário.
A totalidade do projeto Novo Recife prevê também a retirada do viaduto, recuperação da Igreja de São José, construção de 200 habitações populares e de quadras poliesportivas embaixo do viaduto Joana Bezerra. Uma intervenção na Avenida Central também é prevista, para melhorar o trânsito na Avenida Agamenon Magalhães e facilitar o acesso ao empreendimento,
"Além disso, é previsto um grande tratamento para o entrono do Forte das Cinco Pontas e a construção de um grande calçadão que vai do Cais José Estelita até o Marco Zero", pontua Eduardo. "Nossa ideia é emendar o Centro do Recife à Zona Sul da cidade", complementa.
Quando questionado se sem os protestos, essas melhorias seriam colocadas em pauta, o representante explica que não era possível fazer diferente. "Todo o debate foi feito através de forma democrática e com audiências públicas, ouvindo todas as entidades. Um único grupo se retirou do debate e veio tentar fazer a intervenção da não-construção do empreendimento, tentar fazer a ditadura da minoria", afirmou Moura.
Segundo Moura, o atraso nas obras encareceu o preço dos imóveis que serão construídos. "Há um limite de preços. Teremos apartamentos de um a quatro quartos, e apartamentos de R$ 250 mil a R$ 1,8 milhão, de 30 a 300 metros quadrados", finaliza.
Na última semana, milhares de pessoas formaram fila em frente a área do empreendimento para entregar currículos. Ao todo, foram cadastrados quase cinco mil currículos no banco de dados das construtoras. Segundo o Consórcio Novo Recife, as obras devem gerar, ao longo de todo o processo, cerca de seis mil empregos diretos e dois mil empregos permanentes.
Segundo Eduardo Moura, novos currículos serão aceitos nesta quarta-feira (3).
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