O dia 21 de maio de 2018 ficou marcado como o início de uma das greves mais impactantes do Brasil. A paralisação dos caminhoneiros escancarou problemas estruturais e pontuais do país. A dependência em relação ao transporte rodoviário, a fragilidade do governo Temer, o papel da Petrobras no mercado.
Foram 11 dias de greve, que contou com apoio popular, e participação de empresários do setor. E o fantasma desse período ainda paira sobre a sociedade. Devido à falta de acordo da categoria com o governo sobre o preço do diesel, o risco de uma nova greve assombra o setor produtivo do país.
O economista e professor da Universidade Federal de Pernambuco, Luíz Maia, explica como apenas essa incerteza é prejudicial.
Confira os detalhes na reportagem de Max Augusto:
Os resultados da greve de 2018 ficaram para trás, mas as feridas que ela expôs, continuam abertas. E uma nova paralisação teria efeitos piores que a anterior, como destaca o economista.
Para o cientista político Adriano Oliveira, uma nova paralisação poderia acontecer em qualquer governo, pois a peça chave desse tabuleiro é a Petrobras.
O que dizem os caminhoneiros
Por meio de nota, a Associação Brasileira dos Caminhoneiros informou que não querem confrontos com o governo e pretendem atingir por meio de diálogo, um acordo ainda nesta semana.
A categoria também não aprovou o pacote de medidas anunciado pelo governo Bolsonaro no último dia 16. Dentre as medidas estão a liberação de R$ 500 milhões em financiamento no BNDES para quem tem até dois caminhões. Entretanto, não foi apresentada proposta em relação ao preço do diesel, que, segundo a categoria, representa 40% do custo operacional, em média.
Ainda de acordo com a nota, a categoria acredita que ao reduzir o preço do diesel, não será necessária a tabela de frete impositiva, que é o modelo utilizado atualmente.