A família do desaparecido político Fernando Santa Cruz concede entrevista coletiva na tarde desta terça-feira (30) no Centro Dom Helder Câmara de Estudos e Ação Social (Cendehc) sobre os pronunciamentos do presidente da República, Jair Bolsonaro, sobre a sua morte durante a ditadura militar.
Representantes das instituições de direitos humanos, além da família de Fernando Santa Cruz, participam da atividade.
O advogado Marcelo Santa Cruz, irmão de Fernando Santa Cruz, lamentou a fala do presidente tachando o comentário de “irresponsável”. “Uma informação do presidente da República desmentindo um documento oficial, uma verdade que foi revelada à nação, que é a versão oficial do Estado Brasileiro. É de uma gravidade muito grande principalmente quando ele diz que sabe o motivo que Fernando teria sido morto. Se ele sabe esse motivo ele tem, por obrigação, declarar isso à Justiça”, afirmou.
Confira os detalhes na reportagem de Lilian Fonseca:
Durante entrevista nesta segunda-feira (29), Bolsonaro ofendeu o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz, filho de Fernando Santa Cruz, ao minimizar o desaparecimento de seu pai. “Um dia se o presidente da OAB quiser saber como é que o pai dele desapareceu no período militar eu conto para ele. Ele não vai querer ouvir a verdade. Eu conto para ele”, disse Bolsonaro.
A declaração de Bolsonaro foi dada em resposta ao desfecho do processo judicial que considerou Adélio Bispo, autor da facada contra ele durante a campanha eleitoral, inimputável (isento de pena devido a doença mental). Por este motivo, ele ficará em um manicômio e não em um presídio.
Após ter usado o desaparecimento do pai para atacar o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz, Jair Bolsonaro (PSL) negou que os militares estejam relacionados à morte dele. Fernando Santa Cruz foi militante da Ação Popular que sumiu em 1974, durante a ditadura. O corpo dele nunca foi encontrado.
Em uma transmissão ao vivo feita enquanto cortava o cabelo, Bolsonaro acusou o próprio grupo de matá-lo. “Com quem eu tive informações? Com quem eu conversava na época, ora bolas”, disse. “E o pessoal da AP do Rio de Janeiro, primeiro ficaram estupefatos: ‘Como pode esse cara de Recife se encontrar conosco aqui?’. O contato não seria com ele, seria com a cúpula da AP de Recife. Eles resolveram sumir com o pai do Santa Cruz. Essa é a informação que tive na época. Qual é a tendência? ‘Se ele sabe, nós não podemos ser descobertos’. Existia essa guerra”, afirmou.
Quando desapareceu, Fernando Santa Cruz estava na casa do irmão Marcelo e chegou a adverti-lo, segundo a Comissão da Verdade, de que se não aparecesse teria sido preso. Em 2012, o delegado aposentado do DOPS Cláudio Guerra revelou em 2012 que ele e outros presos tiveram seus corpos incinerados no forno de uma usina em Campos, no Rio.
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