Agreste

Idosas são presas acusadas de aplicar golpes na Receita Federal

As duas idosas têm 68 anos e foram detidas tentando regularizar CPFs com carteiras de identidade falsas para dar entrada em aposentadorias

Ísis Lima
Ísis Lima
Publicado em 14/10/2019 às 13:18
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Duas idosas de 68 anos foram presas nesta segunda-feira (14) acusadas de tentar aplicar golpes na Previdência Social. De acordo com a Polícia Federal (PF), elas tentavam regularizar CPFs usando carteiras de identidade falsas, para dar entrada em aposentadorias. Ismerinda de Sousa foi presa na agência da Receita Federal de Caruaru, no Agreste de Pernambuco. Já Antônia Maria Batista Pequeno foi presa em uma agência da Receita Federal em Limoeiro, também no Agreste. A suspeita é de que as duas façam parte de uma quadrilha que atua em Pernambuco e em outros três estados do Nordeste.

O chefe de comunicação da PF, Giovani Santoro, explicou como as idosas agiam. "Essas idosas estavam agindo através de aliciamento de quadrilhas interestaduais, que através de documentos falsos, principalmente identidade e certidão de nascimento, se dirigiam até a Receita Federal para poderem estar regularizando a situação dos seus CPFs, ou até mesmo expedindo novos CPFs. Os técnicos da Receita Federal tem um sistema de inteligência e conseguiram identificar quando essas idosas estão tentando usar documentos falsos para a expedição de CPF", detalhou.

Para Santoro, o fato das idosas apresentarem identificação falsas do Rio Grande do Norte chamou a atenção da Polícia Federal. "Em 2016 foi detectado um roubo no Instituto Técnico-Científico de Perícia (ITEP) do Rio Grande do Norte, onde 2.880 cédulas em branco de identidades foram furtadas. A gente acredita que desde esse ano para cá, quadrilhas especializadas tem usado essa documentação para poder aplicar golpes na Receita Federal e também junto à Previdência Social para concessão de benefícios previdenciários fraudulentos”, afirmou.

As idosas foram encaminhadas para a Polícia Federal, onde foram autuadas em flagrante por uso de documento falso e por falsificação de documento público. A pena para esses crimes podem chegar até seis anos de reclusão. Segundo Santoro, apesar de cometerem o mesmo crime e utilizarem uma documentação falsa do Rio Grande do Norte, as duas idosas não se conheciam. Confira os detalhes na reportagem de Lilian Fonseca.

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Mesma quadrilha

"Apesar de serem de quadrilhas iguais, essas duas idosas não tinham nenhuma ligação e não se conheciam. Mas a gente acredita que se trata da mesma quadrilha, até porque o modo de agir é igual, as carteiras de identidade são do Rio Grande do Norte, então com certeza se trata da mesma quadrilha que está atuando não apenas em Pernambuco, mas em vários estados do Nordeste", concluiu.

As idosas passaram por audiência de custódia e tiveram suas prisões preventivas confirmadas. Uma está na Penitenciária Feminina de Buíque e a outra está na Colônia Penal Feminina em Recife.