Desastre Ambiental

Jaboatão adotará protocolo próprio no combate ao petróleo, diz Anderson Ferreira

Anderson Ferreira participou de reunião entre o governador Paulo Câmara e prefeitos de municípios atingidos pelo petróleo

Ísis Lima
Ísis Lima
Publicado em 23/10/2019 às 17:04
Divulgação
FOTO: Divulgação

O prefeito de Jaboatão dos Guararapes, Anderson Ferreira (PR), fez alusão à uma troca de farpas entre o Governo Federal e o Governo do Estado no que diz respeito à discussão sobre as ações de contenção ao desastre ambiental no litoral do Nordeste. "Quando fica essa troca de farpas entre o Governo Federal e o Governo Estadual, não leva a nada", disse o prefeito. As declarações foram dadas na tarde desta quarta-feira (23), depois de ele sair da reunião, realizada no Palácio do Campo das Princesas, entre o governador Paulo Câmara (PSB) e os prefeitos de municípios atingidos pelas manchas de óleo no Estado.

"Não é momento de a gente estar politizando esse desastre ambiental. É momento de cada um ter atitude e de resolver o que é preciso para que esse desastre ambiental não possa ocorrer no nosso País", concluiu o prefeito, que deixou a reunião alegando que Jaboatão dos Guararapes vai seguir o próprio protocolo para lidar com o desastre ambiental, que atinge o litoral dos estados do Nordeste desde o início do último mês de setembro.

Questionado sobre as orientações do Governo do Estado na resolução do problema, Ferreira disse que "o ponta-pé inicial está sendo feito agora, com um pouco de atraso".

Paulo Câmara e Bolsonaro

A relação entre o governador Paulo Câmara e o presidente Jair Bolsonaro (PSL) anda conturbada nos últimos dias, depois de troca de farpas entre os dois mandatários nas redes sociais.

Na última semana, Bolsonaro usou seus perfis na internet para referendar as alegações de um simpatizante, que, em um vídeo gravado em Pernambuco, acusava Paulo Câmara de ter copiado do presidente o projeto de pagamento de um 13° do programa Bolsa Família. No post, Bolsonaro chama Paulo Câmara de "Espertalhão" e o acusa de agir com "desonestidade".

Paulo Câmara também usou suas redes sociais para rebater as declarações do presidente, tendo recebido apoio e solidariedade dos demais governadores da região Nordeste.

Vazamento de Óleo

Na última quinta-feira (17), Bolsonaro negou que o Governo Federal esteja agindo de maneira omissa no combate às manchas de óleo que invadem o litoral do Nordeste do Brasil. “Desde o dia 2 de setembro que o governo já vem analisando esse derramamento de óleo para buscar possíveis responsáveis. […] Conversei hoje com o ministro da Defesa, Fernando [Azevedo e Silva], converso todo dia com o [ministro do Meio Ambiente] Ricardo Salles. Estamos colaborando, ampliar nosso trabalho nessa região para ajudar a limpar esse óleo”.

Leia também:

>> Carta aberta dos governadores do Nordeste critica Bolsonaro e defende Paulo Câmara

>> Bolsonaro diz que 13º do Bolsa Família estará na LOA a partir de 2020

O presidente evitou atribuir responsabilidades sem ter certeza da origem do óleo. “Alguns dizem que seria da Venezuela esse óleo, não quero assumir esta responsabilidade ainda, tenho que ter certeza ainda para afirmar como chefe de Estado”. Na semana passada, Salles disse, na Câmara dos Deputados, que o óleo “muito provavelmente” vinha da Venezuela.

Ciro Gomes

Em entrevista à Rádio Jornal Caruaru nessa terça-feira (22), o ex-governador do Ceará e ex-candidato à Presidência da República, Ciro Gomes (PDT), disse que a demora de Bolsonaro em agir no caso do desastre ambiental é motivado por "vingança" do presidente contra o Nordeste, região do Brasil em que Bolsonaro perdeu em todos os estados no 2º turno da eleição presidencial de 2018.

Leia também:

>> Ciro diz que demora para conter óleo é vingança de Bolsonaro contra o NE

>> Ciro reafirma candidatura de Túlio Gadêlha a prefeito do Recife