Os dois policiais militares acusados de matar um estudante de 19 durante um protesto em março de 2017, em Itambé, na Zona da Mata Norte de Pernambuco, vão a júri popular. A decisão da pronúncia foi assinada, nesta quinta-feira (28), pelo juiz Ícaro Nobre Fonseca. Edvaldo da Silva Alves protestava cobrando mais segurança quando levou um tiro de borracha disparado pelos policiais, que estavam próximos da vítima.
O capitão Ramon Tadeu Silva Cazé, oficial que deu a ordem para que o tiro fosse disparado na vítima, responde pelos crimes de homicídio e por tortura majorada. Já o soldado Ivaldo Batista de Souza Júnior, que atirou, responde apenas por homicídio. A defesa dos PMs ainda pode recorrer da decisão, só após esse prazo a Justiça vai definir a data do julgamento.
De acordo com testemunhas do crime, o estudante ainda foi agredido e arrastado para uma viatura da PM. Após 25 dias internado na UTI, o estudante morreu. Os policiais respondem ao processo em liberdade.
Nas alegações finais apresentadas à Justiça, a defesa do capitão afirmou que “a manifestação era formada por uma população revoltosa, possuindo grande probabilidade de se transformar em um motim. Em razão dessa iminência, o acusado utilizou-se dos meios progressivos da força, porém, por uma infelicidade, o elastômero atingiu área altamente vascularizada da vítima. A morte não foi culpa do disparo de arma não letal, e sim da falta de cuidado com a higienização do ambiente hospitalar”.
A defesa disse ainda que “não há que se falar em crime de tortura, uma vez que o acusado agiu diante de forte emoção, o tapa impelido tinha objetivo de atenuar o nervosismo da vítima, não houve qualquer lesão na vítima decorrente do tapa e, por fim, o acusado estava promovendo o socorro da vítima, tentando amenizar seu sofrimento e não lhe causar mais”.
Edvaldo foi baleado durante um protesto, que pedia por mais segurança na cidade, no dia 17 de março deste ano. Edvaldo morreu dias depois no Hospital Miguel Arraes, em Paulista. Ele faleceu na madrugada do dia 11 de abril.
O jovem foi atingido pelo soldado Ivaldo Batista de Souza Junior, após a ordem do capitão Ramon Tadeu Silva Cazé.
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