Réu por morte de paciente, Doutor Bumbum anuncia pré-candidatura a vereador

Denis Furtado, conhecido como Doutor Bumbum, é réu por por homicídio doloso qualificado pela morte de uma bancária durante um procedimento estético
Ísis Lima
Publicado em 24/12/2019 às 14:22
O médico conhecido como Doutor Bumbum está foragido Foto: Foto: Facebook/Reprodução


O ex-médico conhecido como Doutor Bumbum, que se tornou réu por homicídio doloso qualificado pela morte de uma bancária durante um procedimento estético, lançou sua pré-candidatura a vereador nas eleições do próximo ano no Rio de Janeiro. A informação pode ser vista na bio da conta do Instagram dele.

Denis Cesar Barros Furtado segue ativo nas redes sociais, mesmo após o crime, e aproveita o grande alcance nas redes sociais para fazer campanha. No Instagram, o Doutor Bumbum critica constantemente a situação da saúde pública e continua a dar dicas de procedimentos estéticos.

Relembre o caso

No dia 15 de julho de 2018 a bancária Lilian Quezia Calixto de Lima Jamberci, de 46 anos, morreu após realizar um procedimento estético com o então médico conhecido como Doutor Bumbum. Ele aplicou 300 ml de PMMA, um derivado do acrílico, na paciente, na cobertura de Denis, na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro.

Lilian passou mal e foi levada por ele a um hospital particular do bairro, mas morreu horas depois, após quatro paradas cardiorrespiratórias. A mulher sofreu uma embolia pulmonar, segundo o Instituto Médico Legal.

Denis Cesar ficou foragido até o dia 19 de julho de 2018, quando foi preso. Ele foi solto em janeiro deste ano, após uma decisão da Sétima Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio.

A prisão foi substituída por medidas cautelares — comparecimento periódico em juízo para informar e justificar atividades; proibição de se ausentar do Rio e recolhimento em casa à noite e nos dias de folga; proibição de manter contato com pessoa determinada quando, por circunstâncias relacionadas ao fato, deva o indiciado ou acusado dela permanecer distante.

Resposta do Doutor Bumbum

Em uma publicação feita no Facebook, o ex-médico diz que a morte da bancária não teve relação com o procedimento realizado por ela na vítima. Ele afirma que peritos atestaram que a mulher sofreu um infarto.

“Lilian sofreu um infarto, o qual foi negligenciado pelos médicos plantonistas do hospital barrador, e a imperícia em tratar a paciente por pelo menos 2 horas e meia, tempo em que ficou na emergência em observação, sem nenhum tratamento, não permitiu nenhuma chance de tratamento do referido e inconfundível infarto”, diz a nota. “A verdade precisaria vir à tona”, defende-se Denis.

Confira a publicação:

Registro cassado

Denis Furtado teve o registro cassado pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), no dia 24 de abril de 2019, sem direito a recurso, não sendo, portanto, mais médico. No entanto, nas redes sociais ele segue se intitulando médico.

No dia 15 de maio deste ano, o CFM uma nota explicando que o registro do conhecido “Doutor Bumbum” foi cassado após um processo movido pelo Conselho Regional de Medicina do Distrito Federal (CRM-DF).

A íntegra da nota pode ser lida abaixo:

O Conselho Federal de Medicina (CFM) informa que Denis César Barros Furtado, conhecido como Doutor Bumbum, teve seu registro de médico cassado na sessão plenária da autarquia, ocorrida em 24 de abril de 2019. A decisão foi comunicada ao Conselho Regional de Medicina do Distrito Federal (CRM-DF), onde teve origem o processo que resultou na aplicação da penalidade, com publicação no Diário Oficial do DF e em jornal de grande circulação, em 13 de maio.

O caso que resultou na cassação do registro profissional em medicina de Denis Furtado não tem relação com a morte da bancária Lilian Calixto, que faleceu após procedimento estético de bioplastia nos glúteos realizado pelo apenado. Essa situação é motivo de processo aberto pelo Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro (Cremerj) e se encontra em tramitação=

A cassação do registro profissional em medicina tem caráter definitivo e em nível nacional e proíbe o indivíduo de exercer qualquer atividade relacionada à profissão, seja em atendimentos clínicos ou nas áreas de pesquisa, ensino e gestão. Quem desrespeita essa proibição fica sujeito à denúncia por exercício ilegal da medicina junto às autoridades competentes.

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