A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) divulgou uma nota alertando para o perigo do uso de auto-hemoterapia, uma terapia alternativa, usada no tratamento do novo coronavírus (covid-19). O procedimento, realizado a partir da retirada de sangue do paciente suspeito de ter a doença, para depois ser novamente injetado no mesmo paciente, é defendido pelos disseminadores da prática com o argumento de que estimula o sistema imunológico contra o coronavírus.
A agência lembra que a prática não é reconhecida pelas autoridades da área e pode representar risco à saúde.
“A auto-hemoterapia não é reconhecida como procedimento médico para nenhum tipo de patologia. Isso porque faltam evidências científicas que comprovem, por meio de estudos clínicos, sua eficácia e segurança. Tampouco existem informações a respeito de posologia, mecanismos de ação, interações, reações adversas”, informou a Anvisa.
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Segundo a agência, a prática traz risco de contaminação para as pessoas envolvidas e permite a transmissão de doenças infecciosas devido à manipulação inadequada do sangue. A agência alerta ainda que esta terapia alternativa pode piorar o quadro de saúde do paciente e deixá-lo ainda mais vulnerável, uma vez que essa promessa de cura estimula o abandono de tratamentos convencionais ou impossibilita o acesso a recursos terapêuticos mais eficazes.
“Tudo isso ainda é agravado pela falta de conhecimento sobre o comportamento do novo coronavírus e sua transmissibilidade pelo sangue”, alerta a Anvisa.
A avaliação é compartilhada pelos Conselhos Federais de Medicina, de Enfermagem e de Farmácia que também consideram não haver evidências científicas comprobatórias de que a auto-hemoterapia seja efetiva para tratar quaisquer doenças em seres humanos.
A aplicação é proibida por esses órgãos, que determina, que seus profissionais não realizem o procedimento em pacientes. Da mesma forma, a Associação Brasileira de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular não reconhece a auto-hemoterapia como procedimento terapêutico.
A Anvisa recomenda a denúncia do profissional que estiver realizando a auto-hemoterapia ao respectivo conselho de classe para tratamento da covid-19. A agência informa ainda que nesses casos, a Vigilância Sanitária local também poderá ser acionada.
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