Caso Miguel

Caso Miguel: veja carta divulgada por Sarí Gaspar para mãe da criança

Sarí Gaspar pede perdão para a mãe de Miguel Otávio e diz que "a Justiça esclarecerá a verdade"

Lucas Rocha
Lucas Rocha
Publicado em 05/06/2020 às 20:28
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FOTO: Cortesia

Indiciada por homicídio culposo pela morte de Miguel Otávio Santana da Silva, 5 anos, que morreu ao cair do nono andar de um prédio, no Centro do Recife, Sarí Gaspar divulgou, nesta sexta-feira (5), uma carta destinada à mãe da criança, Mirtes Renata Santana de Souza, que trabalhava como empregada na casa de Sarí, casada com o prefeito de Tamandaré, Sérgio Hacker.

Pedindo perdão, Sarí Gaspar afirma que está sendo condenada pela opinião pública. “As redes sociais potencializam o ódio das pessoas. Tenho certeza que a Justiça esclarecerá a verdade”, destacou.

Veja a carta na íntegra:

Como mãe, sou absolutamente solidária ao seu sofrimento. Miguel é e sempre será um anjo na sua vida e na sua família. Não há palavras para descrever o sofrimento dessa perda irreparável. Nunca, mas nunca mesmo, pude imaginar que qualquer mal pudesse acontecer a Miguel, muito menos a tragédia que se sucedeu. Te peço perdão. Não tenho o direito de falar em dor, mas esse pesar, ainda que de forma incomparável, me acompanhará também pelo resto da vida. Estou sendo condenada pela opinião pública como historicamente outros foram. As redes sociais potencializam o ódio das pessoas. Tenho certeza que a Justiça esclarecerá a verdade. Na nossa casa sempre sobrou carinho e amor por você, Miguel e Martinha. E assim permanecerá eternamente. Rezo muito para que Deus possa amenizar o seu sofrimento e confortar seu coração. (Sarí Gaspar)

O caso

A morte de Miguel aconteceu na tarde da última terça-feira (2), quando Mirtes deixou o filho sob a responsabilidade da patroa e desceu para passear na rua com o cachorro da família. Ao voltar para o prédio, ela se deparou com o filho praticamente morto. Miguel foi socorrido, mas não resistiu aos ferimentos provocados pela queda.

Segundo o perito André Amaral, as imagens do circuito interno de segurança mostram que a criança saiu do quinto andar, entrou no elevador e subiu até o nono andar. Sarí Gaspar não impediu que a criança utilizasse o equipamento desacompanhada. Lá, ele teve acesso ao hall de serviço, onde fica o condensador de ar condicionado. Ainda segundo o perito, o menino teria escalado o guarda peito de metal, caindo de uma altura de 35 metros. Testemunhas relataram que a criança estava procurando a mãe.