Óleo nas praias

Óleo volta a aparecer em praias do Litoral Sul de Pernambuco

Após a liberação das praias, pessoas denunciaram o aparecimento de vestígios de óleo; A veracidade foi confirmada pela ONG Salve Maracaípe

LOURENÇO GADÊLHA
LOURENÇO GADÊLHA
Publicado em 21/06/2020 às 19:42
Larissa Lopes/Cortesia
FOTO: Larissa Lopes/Cortesia

Com informações do JC Online e da ONG Salve Maracaípe

Após a maior tragédia ambiental que afetou o litoral brasileiro, em especial, o Nordeste, no ano de 2019, os vestígios de óleo voltaram a aparecer em Pernambuco neste domingo (21). Em meio à pandemia do novo coronavírus, a Organização Não Governamental (ONG) Salve Maracaípe denunciou o aparecimento de novos fragmentos de óleo nas praias do Cupe e Muro Alto, no Litoral Sul do estado.

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Após a liberação de praias, calçadões e parques, várias pessoas relataram o surgimento dos novos fragmentos. De acordo com a denuncia realizada por meio do Instagram da ONG Salve Maracaípe, o óleo que reapareceu "provavelmente estava enterrado devido a dinâmica sedimentar e volta a aparecer devido a passagem de grandes ondulações na costa do Nordeste.

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ÓLEO VOLTA A APARECER NO LITORAL SUL DO ESTADO DE PERNAMBUCO! Desde março estamos recebendo informações que voltou a aparecer óleo na Bahia, essa semana em Alagoas e hoje 21/06 flagramos o aparecimento na praia de Muro Alto e Cupe, vizinhas à Porto de Galinhas. Esse óleo é provavelmente o que ficou enterrado devido a dinâmica sedimentar e volta a aparecer devido a passagem de grandes ondulações na costa do Nordeste. Desde o início do aparecimento, em 2019, avisamos que é importante investir em monitoramento constante pois o impacto não acaba quando a grande mancha é recolhida, a fase pós-emergência está aqui, e precisamos que a Gestão Pública não feche os olhos para isso. Ainda há muito trabalho a ser feito nesses próximos anos para entendermos de fato os impactos desse derramamento. . . . . #salvemaracaipe #vazaóleo #oleononordeste

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A ONG reforçou a importância de investigar em monitoramento constante pois o impacto não acabou só com o recolhimento da grande mancha. Segundo a publicação, "ainda há muito trabalho a ser feito nos próximos anos" para poder entender de fato os reais impactos que o derramamento do óleo vai causar na natureza dos locais afetados.

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Depois do surgimento de novos fragmentos, o deputado federal João Campos (PSB), relator da CPI do Óleo, afirmou que entrará com um requerimento de informações solicitando esclarecimentos com urgência aos órgãos federais responsáveis pelo problema (Ibama e Marinha. "Até o momento, Ibama e Marinha não se pronunciaram sobre o óleo que apareceu em praias de Pernambuco e também em Alagoas. Mas, em princípio, o levantamento das ONGs aponta para o que seria o óleo do vazamento ocorrido ainda no ano passado", alerta o deputado.

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De acordo com Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), os primeiros vestígios das manchas de óleo apareceram em Pernambuco no dia 2 de setembro, e em 26 de outubro, segundo a Marinha do Brasil, as praias pernambucanas já não apresentavam vestígios do óleo, apenas "pelotas", que poderiam ser recolhidas quando chegassem às praias.

O estado da Bahia foi o último do Nordeste a ser atingido pela substância. Até o dia 30 de outubro, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), identificou 282 praias afetadas de 97 municípios dos nove estados do Nordeste.