
Após a Secretaria Estadual de Saúde confirmar, nesta terça-feira, a primeira morte de criança com a síndrome inflamatória multissistêmica pediátrica associada à covid-19, em Pernambuco, a preocupação com as crianças diante da pandemia aumentou. A médica infectologista pediátrica Regina Célia alerta que os sintomas da síndrome só se manifestam após o quadro de infecção pela covid-19.
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“Ela é caracterizada por muitos sintomas. Não é só uma coisa que vai definir a síndrome, mas vários sintomas. A febre, principalmente, que seja mais de cinco dias. [A síndrome] Não está associada com o início do quadro da covid-19. Isso acontece posteriormente, depois de no mínimo dez a 15 dias. Lembrando também que em criança a gente nunca sabe quando a criança pode ter tido a covid porque ela pode ter [tido] um quadro assintomático”,
Além da febre alta, a síndrome tem outras manifestações características como pressão baixa, conjuntivite, manchas no corpo, diarreia, náuseas, vômitos e comprometimento respiratório.
A infectologista também reforçou que, apesar de não ser comum, a síndrome é mais um motivo para se respeitar o distanciamento físico entre as pessoas. “Como a gente está no meio de uma pandemia, lembrar que o vírus ainda está em circulação (...) A gente tem que ter certeza que essa criança está confinada, no isolamento”, disse.
Casos de síndrome em Pernambuco
De acordo com a SES-PE, já foram notificados nove casos da doença em Pernambuco. Além do óbito da menina, sete crianças receberam alta e um está em observação.
Os pacientes têm entre 4 e 13 anos e, do total de casos, quatro são do sexo masculino e cinco do sexo feminino. As crianças são de Joaquim Nabuco, Sirinhaém, Goiana, Limoeiro, Timbaúba, Flores e Recife, além de uma criança de Maragogi, em Alagoas, que foi assistida no Recife.