Em entrevista ao Passando a Limpo desta quinta-feira (27), o economista Luís Antonio Cavalcanti falou sobre os gastos do Governo Federal com a distribuição de renda, e com o Auxílio Emergencial.
“A gente tem, de um lado, a hora da eleição, a hora eleitoral, e, de outro, lado a gente tem a hora da fome, da comida, da miséria, da necessidade de reconstruir socialmente uma parte da sociedade brasileira. Há dois mecanismos para se redestribuir renda do país. Uma forma é através dos mecanismos internos da economia em que se retira recursos por exemplo do imposto de renda e se faz a redistribuição através dos orçamentos públicos para as classes de renda mais baixa. Isso é uma forma de compensação fiscal de redistribuição direta de renda através do mecanismo normal orçamentário. A segunda forma é a transferência direta de renda, o chamado subsídio social, que é o mecanismo que foi utilizado pelo governo, pelo presidente Bolsonaro, no momento em que ele identificou a necessidade de criar um auxílio emergencial de R$ 600 para aquelas pessoas consideradas informalizadas, aquelas pessoas que estavam fora do mercado de trabalho, e que precisavam no contexto da pandemia de um suporte social”, explicou.
O economista também falou sobre as dívidas públicas para manter os programas sociais limite de gastos da União. Segundo ele, o presidente Jair Bolsonaro tem constrangido o atual Ministro da Economia, Paulo Guedes.
“Estabelecido o auxílio emergencial, ocorreu um susto, o mecanismo produziu um choque político, os índices de popularidade do presidente foram lá para cima. O presidente Bolsonaro, que vem em um contexto conflituoso, que não saia das faixas intermediárias entre 25% e 30% de aprovação, de repente se viu catapultado lá para cima, em função desse subsídio social. Então, ele constrangeu o Ministro da Economia Paulo Guedes, pressionado pelo relógio eleitoral. O que acontece, tecnicamente, é que existe uma parte a escassez fiscal. O governo, a União Federal, não dispõem de recursos para atender a ampliação para manter a continuidade desse programa de redistribuição de renda, porque já compromete 90% da receita tributária federal, com presidência pessoal, pagamento de juros e outras obrigações”, relatou.
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