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Em entrevista ao Passando a Limpo desta terça-feira (22), a infectologista Vera Magalhães falou sobre a imunidade de rebanho, também chamada de imunidade coletiva para combater o novo coronavírus, e opinou sobre a possível causa para os números de casos e óbitos continuarem estáveis em Pernambuco, mesmo com as aglomerações do feriadão de 7 de setembro.
“A imunidade coletiva é o percentual de pessoas infectadas que vai desenvolver imunidade e isso seria capaz de barrar a circulação do vírus. Essa imunidade pode ser mensurada e estimada de forma muito adequada em relação a vacina. Ou seja, quando há imunização para determinada doença. Assim, o percentual de pessoas vacinadas seria capaz de gerar imunidade e impedir a circulação viral”, explicou.
No entanto, o novo coronavírus, por não haver imunização e se tratar de um vírus, essa imunização não é comprovada.
“Quando se trata de infecção natural, pode se fazer uma estimativa, mas não podemos ter mesma segurança nessa imunidade assim como teríamos se houvesse uma vacina. Então, a estimada seria de 60% no caso da covid, mas isso pode ser menor ou maior”, pontuou.
Manaus
Na entrevista, a infectologista também falou sobre a situação de Manaus. O município teve a maior incidência de infectados e mortes no início do pico da pandemia no Brasil. No entanto, também foi o primeiro a estabilizar a contaminação e sair da fase crítica.
“Uma soroprevalência de 66% é realmente surpreendente no caso de Manaus. É preciso medir pelo universo, porque se uma pessoa é infectada e estiver cercada de pessoas que estão imunes ao vírus não tem como ele circular mais, essa é a lógica simplificada”, destacou.
Feriadão
Vera Magalhães relatou algumas causas possíveis para o número de casos da covid-19 não ter aumentado com as aglomerações do feriado de 7 de setembro. Todavia, segundo ela, é preciso continuar com o uso da máscara para não haver repique de casos.
“As pessoas estão sem máscara e se aglomerando. Essa não é a conduta racional e correta, além de não ser a orientação da ciência. Mas é surpreendente, apesar disso tudo a gente não ter tido um repique de casos”.
A infectologista também alertou que nove meses, tempo de circulação do vírus, é pouco para identificar sobre sua imunidade. “Se continuar com esse comportamento é possível que exista um repique no futuro. Outra possibilidade para não haver aumento nos casos seria uma mutação no vírus que tenha tornado-o mais ameno, mas isso também não se tem comprovação. Mas é surpreendente”, completou.
Confira a entrevista na íntegra: