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Em entrevista ao Passando a Limpo desta quarta-feira (2), a professora de análise e infectologista Vera Magalhães falou sobre a reinfecção da covid-19. Segundo ela, a imunidade pós-infecção e cura da doença ainda não é 100% certa.
“A imunidade contra o Sars-Cov-2 ainda não está completamente conhecida. Existem avanços porque muitos estudos foram realizados, mas o que sabemos é que a presença de anticorpos não necessariamente resulta em uma imunidade. A imunidade pode ser moral, que é essa medida por anticorpos, celular, e ainda existe a imunidade inespecífica. Então, hoje acredita-se que exista uma junção dessa forma de imunidade que podem conferir ou não uma imunidade contra Sars-cov-2. O que se vê é que existe casos de reinfecção, sim, agora eles parecem não ser numerosos. Já li artigos que previam que poderia ser em torno de 10%, mas pelo número de pessoas infectadas 10% é muito alto. Muitas vezes essa reinfecção ela pode vir até mais grave do que a infeção inicial”, explicou.
“Como nós não testamos no Brasil, temos a dificuldade mais grave que em outros países, não temos ação coordenada. Mas é possível mesmo que não possamos comprovar. Para caracterizar uma reinfecção, precisamos entender que é preciso fazer o teste PCR, que é o teste padrão ouro que dá o diagnóstico da covid. Depois de outros sintomas, pode ter novamente positividade, mas antes você tem que ter a negatividade porque tem pessoas que permanecem com o vírus em orofaringe e nasofaringe que pode não ser um vírus transmissível ou completo, mas no teste, dá positivo. Então, para nós termos certeza de uma infecção, teria que ter positividade, depois negatividade, e novamente depois de algumas semanas ou menos, nova positividade. Ninguém tem mais dúvida que tem infeção, agora a dimensão não se sabe”, acrescentou a infectologista.
Vacina e reinfecção
Segundo Vera, mesmo aqueles que já foram infectados pela covid-19 e chegaram a ser curados deveriam se vacinar.
“Acho que devem se vacinar, sim, porque ainda não se tem prova que a infecção natural confira imunidade. Acredita- se que haja sim uma imunidade, mas uma imunidade transitória e talvez muito curta. A gente não sabe se é 30 dias, 60 dias, 90 dias. E tem alguns pacientes cerca de 10% a 30% que não desenvolveram anticorpos, tem algumas pessoas que não desenvolverão.”, contou.
A infectologista ainda afirmou que as pessoas que tiveram a doença devem continuar com as mesmas medidas sanitárias de proteção que as que não tiveram.
“Mesmo as pessoas que tiveram covid ou mesmo as pessoas que tem IGG+, devem continuar com as medidas de segurança porque não se sabe se esse IGG expressa anticorpos neutralizantes”, alertou.
Confira a entrevista na íntegra: