Após ameaça de uma possível paralisação organizada pelos caminhoneiros em fevereiro - a 2º proposta pela categoria, desde a greve dos caminhoneiros de 2018 - e sob forte apelo dos principais apoiadores do presidente Jair Bolsonaro, o governo cedeu ao pedido de que os caminhoneiros fossem aceitos como grupo prioritário, junto com indígenas, idosos e profissionais da linha de frente da saúde, para receber a vacina contra a covid-19. O novo plano nacional foi enviado ao STF (Supremo Tribunal Federal).
O Ministério da Saúde contabiliza 1,24 milhão de caminhoneiros como potenciais alvos do plano de vacinação, elevando o total de pessoas do grupo prioritário para 77,2 milhões, como consta em documento enviado pela no documento encaminhado pela AGU (Advocacia-Geral da União) ao STF.
De acordo com a CNT (Confederação Nacional do Transporte), "Estão no grupo prioritário os caminhoneiros; portuários, incluindo trabalhadores da área administrativa; empregados das companhias aéreas nacionais (aeronautas e aeroviários); empregados de empresas metroferroviárias de passageiros e de cargas; empregados de empresas brasileiras de navegação; e motoristas e cobradores do transporte coletivo rodoviário de passageiros, incluídos os motoristas de longo curso.
O Ministério esclareceu que "o escalonamento desses grupos populacionais para vacinação se dará conforme a disponibilidade das doses de vacina, após liberação pela Anvisa".
Em nota, a pasta também dividiu suas expectativas com relação a quantidade de imunizantes para o país:
"Atualmente, o Brasil tem mais de 354 milhões de doses de vacinas garantidas, para 2021, por meio dos acordos com a Fiocruz (254 milhões de doses), Butantan (100 milhões de doses) e Covax Facility (42,5 milhões de doses)", contabilizou.
Além da medida que prioriza os caminhoneiros na fila da vacina, o presidente Jair Bolsonaro ainda suspendeu a cobrança de taxa de importação de 16% para os pneus. Uma decisão do Camex (Comitê Executivo de Gestão da Câmara de Comércio Exterior), ligado ao Ministério da Economia.
A Associação Nacional de Transporte do Brasil (ANTB) projeta uma nova greve de caminhoneiros. Em entrevista ao SBT News, o representante da entidade, José Roberto Stringasci - que também é integrante do Conselho Nacional do Transporte Rodoviário de Cargas (CNTRC), grupo composto mais de 40 mil caminhoneiros em São Paulo e com representação em diversos estados do Brasil - afirmou que a categoria se articula para uma nova interrupção nas atividades: "Estamos nos mobilizando em nível Brasil sim, para fazer a paralisação".
O Conselho Nacional do Transporte Rodoviário de Cargas (CNTRC) é composto por 22 entidades. Stringasci diz que o apoia a paralisação nacional. "Acredito que seja igual à paralisação de 2018 ou maior".
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